sábado, julho 29, 2006

Diário de Viagem

Férias, férias, férias. Tento dar um tempo da conexão com o mundo. O lugar [refúgio] é sempre o mesmo. Aqui, não consigo colocar um cd pra tocar. Dá impressão que eu estaria deturpando o som agradável que a natureza proporciona. Som do mato, dos pássaros, da borboleta pousando na flor, da formiga caindo no chão. Aqui as coisas seguem o seu percurso natural, elas podem e nós podemos ver. Como olhar uma formiga andar no portão da casa da minha madrinha... heim? Qual foi a última vez que você observou uma formiga andar, ou que simplesmente notou que uma formiga está passando, ali na sua frente, e que ela não tem medo de você?
O silêncio contrasta com o barulho [às vezes insuportável] que a minha família faz. Toda a família, e ela não é pequena. São dezenas de tios e tias, e centenas de primos, caras que eu nunca vi, entrando ali pela porta, e para as quais eu preciso sorrir e dar boa noite. Como sou muito espevitada, já vou logo perguntando se os conheço e quem são.
Aqui a gente tem que almoçar na casa de um e jantar na casa do outro, e entre as duas refeições, o café da tarde, que é na casa de outro alguém. Quer dizer, se passou pela minha cabeça perder alguns quilinhos nas minhas férias, eu não lembro mais, porque a vida me obrigou a esquecer disto. Aqui não se emagrece nunca, só se come. E come de tudo. A tiarada faz um prato para agradar cada filho e cada neto e cada sobrinho [ou seja, ela precisa fazer frango, porque a Melissa não come carne vermelha, e ela faz, só que se esquece de que eu não sou capaz de comer um frango inteiro...]
Agora, agorinha, escuto todos estes sons que eu disse. Pássaros, mato, gente martelando alguma coisa, um ou outro carro que passa e agora agorinha um trem que passou silencioso no trilho, que é logo ali. A rua é sem saída e a paisagem [um campo verde onde pastam vacas] é cortada pelo trem que passa a cada três horas. Aquela empresa ALL [América Latina Logística], aquela. Levando óleo Soya e mais algumas coisas. Eu me lembro de quando via os trens desta empresa, antigamente, caindo aos pedaços. Agora são tão novinhos... dá vontade de subir no vagãozinho [cargueiro] e ir junto. Até São Francisco do Sul.
Minhas primas de segundo grau estão brincando, e gritando, e sendo felizes. Eu fico, também, porque é tão bom ser criança... aposto que por um bom tempo a vida vai ter esta mesma cara para estas menininhas: sol, céu azul, passarinhos, grama para rolar e se sujar e se sujar sem pesar. Pra falar a verdade, eu não sei se no meu caso a vida perdeu esta cara...
E passeios. De modo que ontem fomos à um mirante [já fui umas duas vezes quando era criança, mas me lembro de não ter sentido medo!!!!]. Você sobe com o carro, e sobe, e sobe, e sobe, e depois que sobe tudo, estaciona o carro ao lado das antenas da RBS [que dá interferência no alarme do seu carro], você sobe mais alguns milhares de lance das escadinhas amarelas em forma de caracol. E enquanto vai subindo, Joinville vai subindo atrás de você, ali na beirada dos seus pés. Super ok, porque eu estava de saia, mas consegui dar um jeitinho. Poderia ter deixado pra lá, afinal, estou de férias. Férias de tudo, inclusive das preocupações e dos pudores também. Mas por quê dar um show à parte? Não. Eu puxei a parte de trás da saia enquanto subia, como se estivesse vestindo um shorts. E quando chegamos lá no topo, notamos que o mirante treme, enquanto os outros sobem. Aquilo é muito alto, minha gente. Muito alto. A sensação é que você não tem peso nenhum e que ao primeiro pé de vento, vai sair voando sobre Joinville e – claro – sair na página dos jornais do dia seguinte: “Queda no mirante provocada por pé de vento faz vinte vítimas”.
Felizmente, quem tem medo, tem vida. Estou viva, aqui contando a história pra vocês. E a Vivi, a cachorrinho, está dormindo, esticadinha no chão fresco da garagem, numa vida boa, muito muito boa. Claro, está calor. E é isso. Aqui a vida é tão calma, que até os meus pensamentos são lentos. A tarde é tão vazia, que a minha cabeça está pela primeira vez vazia. Não, não vai ficar pesada, depois. Eu acho que mereço isso.
***
Das tias choronas
As tias choram. Sempre e todas. Choram quando a gente chega, choram quando a gente fala e choram quando a gente vai embora. E a gente chora também, porque eles são irmãos, se amam, e ficam tristes quando precisam se separar [enfim, quando a gente tem que ir], e aí eles choram e todo mundo chora e isso é terrível.
Do passado que nunca passa
Então, né. Este povo adora lembrar do passado [das coisas que já passaram, especialmente das coisas ruins]. São dez irmãos. Eram doze e dois morreram. Foram criados numa fazenda, pobre. No inverno não tinham calçados para colocar nos pés. Não tiveram infância, porque logo cedo [ainda bebês] tinham que ir com o pai para a roça. E é aquela história típica no Brasil. Pobreza, alcoolismo... os irmãos mais velhos criavam os mais novos. Os irmãos mais velhos que se casavam, levavam os irmãos mais novos - bebês - que nasciam, para criar. Os irmãos mais novos, os caçúlas, sairam de casa com quatro, seis e sete anos.
E minha mãe veio para o São Paulo e começou a trabalhar em casa de família, até conhecer o meu pai. E toda vez que minha mãe e meus tios se encontram, se desandam a falar das mesmas coisas que eu escuto desde criança, porque eu sempre estive ao lado deles quando tiveram chances de se ver. Parece que têm necessidade de conjugar o verbo *sofrer* juntos. Talvez eles precisem disso para que as lembranças doam menos...
De como este povo grita
Não é fácil aguentar um reinado de sulistas cantando e ainda por cima, gritando no seu ouvido. Um não. Vinte.
De como este povo come
Muito. Muita carne [fico fora desta]. Muuuita comida. Muito pão. No sul a fartura é muita e come-se o dia inteiro.
Das cobras
Fazem vinte e sete anos que eu freqüento a casa dos meus tios em Joinville, e especialmente a da minha madrinha, que fica literalmente no meio do mato. Mas eu nunca vi uma cobra, nunca nunquinha. Graças à Deus, porque eu morreria de susto. O fato é que eu estou sempre contando com a possibilidade de levantar um tijolo e encontrar uma.
Ao lado da casa da minha madrinha, havia uma casa abandonada. Eu me lembro que esta casa era abarrotada de moscas. E o povo de lá foi embora, e a casa foi mofando, mofando, ficou completamente abandonada, e o mato em volta começou a crescer muito, crescer bastante.
Desta vez, a casa estava sendo reformada [mesmo assim parte havia sido demolida] e o terreno ao redor, foi limpo. Eu me perguntei quantas mil cobras foram encontradas e minha madrinha me disse que o pedreiro matou oito bichinhos. Oito! E uma delas, num dia de enchente, foi parar na porta de casa da minha tia [desta uma]. Uma dócil jararaca. Ela se enrolou no portão, e o tiozinho que estava passando, a matou. E não contente em me contar o causo, soube de muitos outros. A cobra que foi encontrada embaixo do forninho elétrico. Uma outra que minha outra tia matou no caminho da cozinha para a lavanderia. A outra que foi encontrada no quintal. E a outra, e a outra, e a outra.
Daí eu pensei assim... Previsão do tempo para os próximos dias em Joinville: frio e chuva. Cobra odeia chuva. Elas procuram um lugar quentinho.
_ Mãe!!!! Reserva mais um lugar no carro, que eu vou voltar com vocês.
[é muito pior e assustador encontrar uma cobra dentro de casa, no forninho elétrico, do que no meio do mato]
Das vacas
Na estrada, as vacas pastam em campos totalmente íngremes. Mas elas ficam super ok, firmes e fortes, sem sentirem vertigens e contra a lei da gravidade...
[vai entender...]
Do cagaço
Você sabe o que significa cagaço? A perfeita definição de cagaço é quando você está dentro de um carro, em plena BR 116 [Regis Bittencourt] e você percebe que a motorista está cochilando. Como se não bastasse, a motorista passa o carro para uma tiazinha [no caso, minha mãe] hipertensa, que nunca pegou numa direção hidráulica e que NUNCA dirigiu na BR [muito menos à 140KM/H).
Felizmente, eu sobrevivi para contar a história!

sábado, julho 22, 2006

quase nada

"Eu não quero falar contigo, eu gosto é de pensar em ti quando estou sentado sozinho, ou acordado à noite sozinho.Eu te esperarei, não tenho dúvida alguma de que vou te encontrar ainda,E terei cuidado dessa vez para que não te perca".
(Para um Estranho - Walt Whitman, 1819-1892)
Lindo!
***
Já pararam para pensar o quanto nós podemos aprender com nossos "inimigos"? Digo quase rindo, porque eu não quero ter inimigos. Tenho uma ou outra pessoa que eu não curto muito, mas as coisas que eu me lembro nas horas em que preciso ser forte, vêm da boca destas pessoinhas...
O que significa que eu preciso ser mais...
Ou menos...
***
Eu já tenho um emprego super. Uma faculdade. Já tenho roupinhas. Tenho até um cisto no ovário! rs... agora só falta um namorado...
Lindo, fiel, gentil e tarado.

sexta-feira, julho 21, 2006

Aplausos!!!!

"Não é a maconha que leva alguém a matar. É o caráter"
Promotoria - Caso Richthofen

desabafos...

Algumas considerações:
Estou com saudades dos babysauros. Mais especificamente do babysauro. Daí eu pego o telefone pra ligar pra ele e... frightened. Ainda não me acostumei com isto de férias. Quando eu me acostumar, provavelmente minhas férias já terão terminado! =o(
Fui perambular. E nisto de perambular, acabei indo à torre do Banespa. Susto do qual até agora eu não me recuperei totalmente. Aquilo é muuuuito alto, minha gente! Você fica esperando numa fila enorme para deixar o RG. Daí você entra em outra fila para entrar no elevador, porque a torre é pequena, o espaço é pequeno e não cabe todo mundo. A moça distribui crachás. Entram no elevador 17 pessoas. Sobe-se vinte e seis andares [em velocidade de dez]. Depois entra-se em outro elevador, donde se sobe mais seis andares. Daí, você ainda tem três lances de escada para subir à pé. Assina o livrinho de visita e sobe o último lancezinho. Então você dá de cara com o bombeiro e com a majestosa vista da cidade de São Paulo. Suas pernas amolecem, a sensação que dá é que você vai sair voando de lá de cima. Não fiquei mais do que cinco minutos, fui a primeira a descer. Olho na cara do bombeiro e digo: "vertigem".
Fui, heim.
Compro quatro boinas na saída do edifício, de uma moça chamada Noaiá. Me dá enorme alegria, porque a moça é super simples [não tem o primário completo], tem problemas nos dentes da frente, mas ela está ali trabalhando, passa o dia fazendo tricô e crochê, confeccionando ponches, cachecóis e boinas *lindas de morrer*. O que será que ela faz quando o inverno acaba? Eu tenho o telefone dela e sei onde ela fica, para quem quiser...
Fui à biblioteca Mário de Andrade, gorgeous place. Lugar para se passar o dia. Mel babou.
E fui ao Museu de Arte Sacra, o meu xodó. É indescritível o que eu sinto lá dentro, porque é um pedacinho de Minas Gerais, das cidades históricas, e trata-se da arte sacra, a que eu mais gosto. Barroco, que eu adoro. E pra quem não sabe, dentro do museu existe um enorme presépio, doado por Ciccilo Matarazzo. Lindo, lindo de morrer. Dá vontade de entrar lá dentrinho e morar lá. Na verdade a sensação que eu tive quando eu vi, foi quase esta.
Matriculei-me em um curso de Dramaturgia, na Casa das Rosas. Dramaturgia é o texto teatral e eu adoro. Acho que vou curtir!
E foi só.
***
Estive fazendo um check-up e vocês sabem que quando a gente procura, a gente acha... a médica me disse que eu estou sem ferro [porque eu não como carne vermelha]. E assustou-se com meu laudo de hipotireóide. Foi diagnosticado em um exame de sangue que fiz há exatamente um ano e que não dei continuidade. Ela me pediu novos exames [mais detalhados] e ultrassonografia. Ultrasson da tireóide e pélvico também [porque eu nunca fiz um].
Minha tireóide além de pequena, é mal formada... =o( E provavelmente o hemograma vai acusar o mesmo. Acho que terei que tratar e tomar remédios para isso a vida inteira...
Além disso, meu ultrasson pélvico acusou um cisto no ovário esquerdo. É por isso que eu sentia umas pontadinhas e minha ginecologista [antiga] me dizia que eu estava tensa, e me receitou um calmante...
Enfim. Estou bastante assustada... mas só poderei retornar à médica no dia 02/08, porque só neste dia terei todos os exames em mãos...
Papai do Céu, cuida de mim, tá???

quarta-feira, julho 19, 2006

Just do it!!!!!

Não sei bem o que acontece, mas aviões me fascinam. Pistas de aeroportos, com aqueles hominhos ao longe, abanando as plaquinhas, me fascinam. O sol escaldante refletindo na pista, me fascina...
Me lembro de quando trabalhei no KK do aeroporto, em Guarulhos. Minha mesa ficava em frente à imensa janela, e por ela eu via os aviões decolarem. A hora em que as pupilas se dilatam, acho que o coração também. Foi quando eu reparei que o rabinho do avião abana. Eles balançam o rapinho!!!!
Mas se eu começar a falar de aeroporto, vou chorar, vou chorar, vou chorar, é demais para mim. Me lembro das coisas, das sensações, das pessoas...
Tudo isso é pra falar que hoje eu resolvi passear no Campo de Marte. O moço da portaria me disse que o escritório da Air BP fica lááááááá atrás... lá fui eu, caminhando, caminhando, olhando da lateral, a pista e a grama, os aviõezinhos, os helicópteros, os hangares. Escutando o barulho e o cheiro de mato... e caminhando, e caminhando, e caminhando... ali depois da bifurcação, segue em frente até lááááááá atrás... e passou a tal bifurcação, e lá fui eu, caminhando, caminhando, caminhando. Vi o hélios e me localizei. Entrei no escritório pulando, porque estava por demais emocionada por conhecer minha amiga Esmeralda.
E pensei o seguinte. Tem certas coisas que a gente simplesmente pode se propor à fazer, à qualquer hora, no final de semana, e não precisa esperar as férias para descobrir. O mundo está aí, e feliz daquele que o descobre, que o desbrava, sem ter hora para isso.
A gente não precisa ter hora marcada para ser feliz! Eu moro ao lado do Campo de Marte, a base aérea é aberta ao público, e só agora eu fui conhece-la.
De agora em diante eu sou um pássaro, e o mundo será pequeno para mim. Afinal de contas, ele é tão grande...
Não fiquemos parados. Se não houverem idéias novas, que calcemos um bom par de tênis e simplesmente demos os primeiros passos. O caminho, por si só, já nos leva ao destino.

terça-feira, julho 18, 2006

Andanças

Disseram que o que Degas buscava era o movimento, e que justamente por ser ele tão fugidio e veloz, era a manifestação das almas. Ele era um sonhador, um quieto, um observador. E observava com muita atenção as bailarinas ensaiando, para depois construir seus diversos estudos em escultura. Arabesques e afins. E tem "A bailarina de 14 anos", por quem sou encantada. Há tempos eu fiz um teste em uma revista de bem - estar, onde deveria escolher entre algumas esculturas famosas. Tinha entre elas, Pietá, de Michelangelo. Mas eu escolhi esta [acima]. A escultura escolhida ditava a nossa postura no amor...
[claro que eu estou dispensada de explicar aqui, qual é a minha postura no amor...]
Passa um tempinho e hoje eu estava vendo a exposição [maravilhosa] do Degas, no Masp [e depositei com muito orgulho minha humilde, mas voraz nota de R$ 5,00 como contruição voluntária] e pois bem, entre muitas outras coisas, lá estava ela... a bailarina!!!! Ela é muito grande, bem maior do que aparenta na foto. E sua sainha é de tecido de verdade, assim como o laço do cabelo. E enquanto eu olhava a escultura preferida deste pintor [zinho, zinho é carinhoso] tão romântico [romântico é um estilo, uma linha de pensamento], eu cheguei à conclusão de que a bailarina não é só a minha postura no amor. Ela é a minha postura de vida, se é que vocês me entendem, e eu sei que entendem...
[em tempo: Degas escreveu em um dos seus diários que queria encontrar uma moça que o entendesse, que compreendesse seu universo onírico e silencioso, e indagava se esta moça poderia existir... Bem. As pessoas vivem nos séculos errados...]
***
O jardim do Museu do Ipiranga é semelhante aos jardins de Paris, disse um jornal dia desses. Caminhando por lá, hoje à tarde, senti uma nostalgia dupla. Primeiro porque já estive no Museu do Ipiranga quando era pequena, e algumas vezes com as escolas, em excursão. E segundo, porque eu nunca estive na Europa, mas eu sinto uma atração inacreditável e incompreensível à tudo o que está ligado ao Velho Continente...
Andando pelas escadarias antigas, olhando os velhos lustres nos cantos e as paredes baixas, móveis antigos de famílias de classe alta, tudo isso me parece muito próximo, muito íntimo. Quem pode explicar os mistérios do mundo e os mistérios da alma de cada um...
Tirei as botas [novas, apertadas, muito apertadas] e estiquei os pés, sentada no parapeito do chafariz. Uma família de japoneses brincava ao redor dele, e eu já estava me preparando para recolher o molequinho japa que eu tinha certeza que cairia dentro da água. Mas ele foi mais esperto. Sombra, sossego, silêncio. Sempre agradeço à Deus nestas horas, nestes instantes. O parque é muito lindo, o Parque da Independência. Eu gostaria de estar lá quando anoitecesse, deve ser simplesmente mágico, por conta das luminárias antigas ao redor de todo o parque. Passo uma mensagem de texto para um amigo. Penso nas pessoas queridas. Calço as botas, porque há muito o que se fazer, ainda.
***
O pai segurava o molequinho, de pé, no metrô. Japa e japinha. O molequinho devia ter uns dois anos, e segurava no ferro do trem. Estes que a gente segura quando fica de pé. O homem parou ao lado dos dois e o molequinho o encarou.
_ Você NÃO vai descer na mesma estação que eu.
O pai do molequinho dá risada, eu dou risada, todos dão risada. O homem também. Chega a hora de descer. O pai coloca o japinha no chão.
_ Vamos. Dá tchau pra todo mundo aí.
O molequinho acena e berra:
_ Tchaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau!!!!!!!!!!!!!!!!
***
Que divertido!!!!

segunda-feira, julho 17, 2006

Pequenas considerações de quem mal conhece o mundo.

Já fui coagida muitas vezes. Já fui coagida a transar sem camisinha [imbecil]. Já fui coagida a experimentar dobradinha [prato trash]. Já fui coagida a sair quando não queria, para lugares que não curtia, com pessoas que eu mal conhecia.
Até aí tudo bem.
***
Mas nunca fui coagida a matar os meus pais...
***
Sabe? Tem certas coisas que não podem, não cabem. Eu posso ser coagida a chupar uma bala de mel, odeio bala de mel. Mas eu jamais serei coagida a matar. A cheirar pó. A surtar.
***
É, eu sou ingênua. Não estou tentando convencer uma ré de que certas justificativas não colam. São balela. Estas humildes considerações de quem mal conhece o mundo são dirigidas à justiça brasileira.
***
Se ela escutasse.

domingo, julho 16, 2006

Será que é amor?

O que eu ando escutando [e pensando]...
"Não vou viver como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Às vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão...
Já sei olhar o rio por onde a rua passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto o silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora!!!!"
[as exclamações foram necessárias e inevitáveis, porque me lembrei de como a voz do Seu Jorge sobe nesta hora, e de como a minha também subiria...]
"quero a unimultiplicidade,
onde cada homem é sozinho
a casa da humanidade..."
"Eu não tenho nada na cabeça, a não ser o céu
Eu não tenho nada por sapato, a não ser o passo"
[esta música é linda e estes trechos são belíssimos! Eu me lembro do Alê, quando escuto. Ele é simples, assim. Não precisa de nada a não ser um céu e um chão... eu sou assim, também.]
"Eu não vou gostar de você, porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso..."
"O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita"
[não precisa]
***
Eu decidi ficar quietinha, aqui no meu canto. Metade estranhando, porque eu não sou assim. Eu sou passional, eu não consigo raciocinar, eu só sinto. Eu só desejo, e eu faço, daí eu penso, depois que eu fiz. Sou movida à paixão, movida à coisas maiores do que investimentos, do que vinhos, do que ser assim ou assado... é assim que eu sou. Quantas vezes eu bati na porta, quantas vezes eu corri na estrada, quantas vezes. Tive paisagens bonitas na estrada que eu corri. Cansei, também. Algumas vezes eu tive meu destino nas mãos, mas em todas elas ele escapou... escorreu das minhas mãos. Tem um recado na geladeira, que eu guardei, dizendo que não importa o destino, o que importa mesmo é o caminho: bem percorrido, bem vivido. Porque é que eu me esqueço disso, se o que eu mais gosto nas minhas viagens é justamente do caminho... encosto a cabeça no vidro [limpo] do ônibus, e fico olhando o céu. Por causa da escuridão da BR, o céu fica totalmente estrelado, como uma teia de estrelas. Penso na vida, vejo a frente, olho pra trás. Vejo as árvores passando, correndo pra trás, como se fosse todas as besteiras que eu fiz, ou todas as coisas que estavam difíceis de ficar pra trás... e é isso, mais uma vez que eu busco agora. "Há outras coisas no caminho por onde eu vou". Tem um mundo inteiro. Tem os meus textos, os meus sonhos, os meus palcos. Meus amigos, meu violão [acho que eu troquei o piano pelo violão]. Tem a lua, tem o mar, tem o silêncio. "Escuto o silêncio que há em mim e basta". Basta.
As vezes me apaixono pelas pessoas, fico encantada. Como ele, que é tão simples. Pra ele basta um céu, e os pés descalços no chão, na grama, na areia. Ele gosta do silêncio e seus olhos me encantam... será que ele sabe disso? Eu não sei explicar o que eu sinto quando olho pra ele, não sei dizer o que ele faz comigo... são olhos cheios de carinho, de sossego, de bondade. Ele é um sonho. Eu poderia não responder por mim, pegar meu telefone e ligar pra ele. Poderia pegar minha mochila e sumir com ele pelas estradas... [sei que ele iria comigo]. Mas eu decidi ficar quietinha aqui no meu canto. Eu simplesmente não consigo mais me expor. Vou ficar quietinha no meu canto, apenas observando e amando, quieta e tranqüila.
Porque "o amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita"...

quinta-feira, julho 13, 2006

Na Garganta!!!!!

"What I hate: 'People who continuosly hurt other peoples feelings and just don't give a FU.. about it!!!!!! Liars!!!!'
De quem é que você está falando mesmo?????
(Que patético!!!!!!)

Que país é este???

No meio de tanto barulho e de tanta insanidade, coisas pequenas ainda fazem valer a pena levantar cedo, ir trabalhar, e viver a vida. E são nestas coisas pequenas que eu estou tentando manter o foco, agora, e construir um sentido maior para a minha vida.
Estou falando de uma cena que vi, ontem, no metrô, e que me emocionou. O funcionário do metrô avisou a estação onde o deficiente visual desceria, e eu observei, enquanto aguardava o trem. Quando desci, na estação Brigadeiro, lá estava o outro funcionário do metrô, esperando por ele. Ele segurou em seu braço, e foram em direção à saída, conversando. Não sei bem qual foi o mecanismo que esta cena "apertou", aqui dentro de mim, para despertar a emoção que eu senti. Meus olhos se encheram de água. Acho que eu poderia escrever um pouco sobre isso, mas penso que eu direi muito mais se não dizer nada...
***
De vez em quando bate uma saudade de alguém que a gente não vê há tempos... um rosto conhecido, distante, mas próximo do coração. Eu senti saudades dele, ele sentiu saudades minha, e me contou um pouco do que anda fazendo. Está trabalhando em uma ONG, está trabalhando com arte-educação, com alfabetização de adultos. Eu o invejei! Mas trata-se de uma invejinha boa, viu. Vou transformá-la em ação. Eu estou com muita vontade e muita necessidade de dividir as coisas e de dar o melhor de mim.
A gente vai se ver na estação São Bento, qualquer dia...
***
Não entra na minha cabeça, certas coisas. Eu não sou definitivamente deste mundo, onde os interesses pessoais de cada um está acima de tudo.
Temos um amigo da família que é médico. Eu havia pedido uma visita em casa, para que ele examinasse minha mãe, mas eles me pediram para desmarcar, porque não tínhamos dinheiro para lhe pagar. Que situação chegamos!!!!! Mas me espanta, um AMIGO, cobrar uma consulta! Acho que nos vestibulares de medicina, deviam avaliar o grau de AMOR e de ALTRUÍSMO do candidato, tanto ou mais do que outras coisas... a Medicina deveria ser uma missão, mais do que uma profissão. ..
O dinheiro está acima do que a solidariedade. Estes valores não existem mais, não têm mais peso. Quanto mais se tem, mais se quer.
O Governo do EStado de São Paulo rejeita a oferta do Governo Federal, por puro interesse político! Ele deveria pensar na segurança e bem estar das pessoas, mas por puro jogo de interesses, rejeita a oferta. Não que eu ache que ele deveria aceitar, eu acho que é importante que a Polícia de São Paulo tenha autonomia. Mas eu sei o que pesa mais nesta história. E não é a segurança pública.
Até quando estaremos à mercê deste segundo governo, regido pela criminalidade? Quando eles bem entendem, recuam ou avançam. E só nos resta, também recuar, fugir. E quando passa, a gente coloca a cabeça para fora. Enquanto isso, vemos inocentes serem mortos. E civis. Um dia isso pára. A gente fica esperando. Ou seja... alguém aí ainda pensa que somos livres?

segunda-feira, julho 10, 2006

Só eu vi...

Ela, vestida toda de jeans, dos pés à cabeça. Os cabelos encaracolados, enganando sua idade. É que quando ela virava o rosto a gente via que era uma senhora. Ela estava fumando, sentada no banco de cimento do terminal de ônibus. Sozinha. Mas ali vinha o cãozinho, vira-lata, malhado e de três cores. O cãozinho parou exatamente em frente à ela, e a olhou nos olhos. Ali ele pediu um cigarro.
Daí subiu no banco e se sentou ao seu lado. Ela, receptiva, vira seu corpo em direção ao cãozinho. Ele não encosta nela, embora sinta vontade. Apenas a olha nos olhos. E ela continua fumando, sem reagir, sem fugir, nem nada. Sei lá o que era. Alguém reencarnado no cachorro. Reencontrou a tiazinha, que é super assim amada, mesmo. Mas isso é pra quem acredita nisso, né. Ou então o cachorro estava carente, estava sozinho, e ela também, e ali em minutos houve ainda que em silêncio, uma troca de ais. Ou então, ainda, o cachorro, que é um vira-lata, estava realmente querendo filar um cigarro...
Afinal de contas, está frio. Estamos no inverno. Todo mundo tá estressado, e a vida não tá fácil nem pra cachorro...
***

sábado, julho 08, 2006

still quiet

Olha eu aqui outra vez.
Ontem estava vindo pra casa triste, é assim toda sexta-feira, mas não vou explicar porquê. Isso fica guardado aqui dentro de mim. Eu tenho uma receita infalível contra a depressão: é viver a sua tristeza, sem renegá-la. É chorar, é curtir o que você está sentindo. Porque depois que você fizer isso, ela vai embora. Ela não fica por muito tempo. É o que acontece comigo. Eu nunca escondo quando estou triste, eu choro, eu bato o pé. Depois eu tomo um banho quente, sento-me ao lado dos meus pais, meus grandes amigos, e aos poucos isso vai passando.
A gente não deve esconder o que sente, porque um dia o que é pequeno vira uma imensa bola de neve, e é mais difícil de tentar consertar. Daí ontem eu estava assim, e quando eu fico assim eu quero mais é ficar quieta no meu canto. Vim logo pra casa pra ver a novela. Encontrei no ponto de ônibus uma amiga do Santa, e ela veio me contando sobre a vida dela - inteirinha - no caminho. Tinha um velho tarado sentado na nossa frente. Sentado ao lado de um negão. Ele passou o braço portrás do negão, para poder virar o corpo para trás, e olhar a minha amiga (acho que se apaixonou por ela). O Negão ficou imóvel. Continuou conversando com seu irmão - outro negão, com os cabelos rastafari trançados - que estava sentado no corredor, ao seu lado. Minha amiga desceu, e o velho sossegou. Quando chegou na frente do mercado, todo mundo resolveu descer. O negão, o outro negão e o velho. O velho se levantou, e quando o ônibus brecou, caiu em cima do negão-rasta. O negão-rasta segurou o velho com o próprio corpo, porque precisou se segurar com as mãos. Todo mundo deu risada. O negão. O outro negão e o velho. Eu e as tiazinhas.
Acho que os dois negões são jogadores de basquete. They look like.
***
Eu adoro ficar olhando você, porque os seus cílios são muito grandes e curvadinhos. E fico louca quando você dá aquela piscadinha. Aquela. Você sabe qual, tenho certeza que faz de propósito. Mas eu disfarço, não deixo que você perceba que está sendo observado o tempo inteiro, e que eu vi da janela, quando te vi andando na contramão. É um moleque que apronta, sabe que apronta, e dá aquela risadinha de como quem apronta e sabe. E depois vem se sentar perto de mim, com pose de bom moço, e o pior é que é mesmo, e me revira por dentro por causa disso. Fica fazendo voltinhas nos cabelos com os dedos, e quando pára, o cabelo fica arrepiado. Não consegue se concentrar muito quando está perto de mim, não consegue ler. E vem cantando estas musiquinhas fofas, gosto do seu repertório. Será alguma coincidência o fato de que toda vez que você aparece perto de mim, está cantando alguma musiquinha romântica????
Será que algum dia eu vou conseguir falar tudo isso pra você e deixar fluir tudo o que eu sinto quando estou perto de você, sem sentir medo?
I´m waiting... I´m waiting.

quarta-feira, julho 05, 2006

checks.

Meu Deus, como eu preciso de férias...
***
Diário:
Hoje aconteceu algo que me deixou triste. Mas devo respeitar as pessoas e seus limites. Aquela velha história de que a minha liberdade termina onde começa a do outro... blá blá blá. A gente erra sem saber, mas quando se dá conta de que foi um "erro", não comete novamente.
Quer dizer, eu sou assim.
Então é isso, vou ficar no meu canto. Totalmente. Fico achando que desperto confiança nas pessoas na medida em que eu as confio. Hoje percebi que estou errada. Mas não é por não ser digna de confiança. É porque cada um é de um jeito mesmo.
Frase do dia:
"uma coisa é ser tímido. Outra é ser bundão".
Peguei um livro de filosofia pra ler. Os sofistas eram os antecessores de Sócrates. Em resumo, pra entender bem, os sofistas eram "pseudointelectuais". Eram da turma do "blá-blá-blá". Por exemplo... teve um cara (não sei o quê áclito da vida) que disse assim: "não se deve ter medo da morte. Porque quem vive, ainda não morreu. E quem já morreu, cessou de viver"... ... ... ... Preciso dizer mais alguma coisa?
Eu quase encostei o livro neste minuto. Mas é bom conhecer as coisas. O mundo está cheio de "sofistas".
Eu conheço uma penca deles.
***

terça-feira, julho 04, 2006

muito amor no coração

Assustador.
Fico pensando para onde vamos. Ah é difícil entender. Coisas pequenas. Prestar atenção nas coisas pequenas, e nelas está o reflexo de um povo e de um país. É nojento. Passar e ver as ruas de São Paulo todas imundas, cheias de lixo no chão. Como pode as pessoas não ter o bom senso e a educação de procurar a lata de lixo mais próxima? Assustador!
As vezes dá vontade de ir embora, sabe. Mas eu não sou covarde a ponto de abandonar o barco. Um barco que eu amo. Eu amo o meu país. Este país sem-vergonha e que dá jeitinho pra tudo. Mas eu amo a minha terra, esta terra sagrada, generosa, acolhedora, linda, que não tem culpa de nada. E eu não vou abandonar o barco. No máximo me afastar por um tempo... :-)
De uma coisa eu tenho certeza... meus filhos não assistirão televisão. Não jogarão lixo no chão. Dirão por favor, obrigada, sorrirão para as pessoas. Eu juro!
***
Este final de semana eu peguei os meus diários antigos pra ler e me assustei! Eu estou esperando o meu "príncipe encantado" desde 2003 e a cada renovação de ano eu espero e digo as mesmas coisas; mas nada acontece.
Ontem fui visitar uma amiga, e enquanto ela falava, eu observava suas realizações, sua vida. Ela não sabe, mas me inspira. Quantas coisas eu tenho deixado de lado por ficar tanto tempo sonhando acordada... quantas idéias desperdiçadas, quantos desejos não praticados. Quanto desperdício!!! Fiquei cansada disso tudo, decepcionada comigo, assustada.
Hoje de manhã peguei um livro de Filosofia pra ler. E um caderninho de anotações. Mas eu não consegui anotar nada. Chega de colocar as coisas no papel. É um processo sintomático, próprio de mim, porque tudo aquilo que eu escrevo, fica arquivado. Que saco!!! Chega!!!
São muitas dúvidas, muitas vontades e não dá pra fazer tudo. Eu sou uma pessoa de muitas vontades e muito abrangente, também. Eu sei escrever, eu sei desenhar, eu gosto de muitas coisas. Eu quero ajudar muitas causas. Não consigo decidir. Então por um tempo, deixo estas inspirações para Você, Marinheiro que dirige o leme da minha vida.
Inspire-me... o meu barco está inteiramente abandonado nas tuas mãos e eu não te peço que reme por mim, mas que me ensine a remar e para que lado remar.
É isso.
...estou sentindo muito amor dentro do meu coração. Eu sinto isso toda vez que eu falo com Deus...

domingo, julho 02, 2006

Eu já sabia...

O que acontece é que eu não queria escutar o que a minha voz dizia [como todas as vezes em que eu não quero aceitar alguma coisa].
Nós éramos um time de estrelas. Mas não basta ser um time de estrelas. É preciso também agir como um time de estrelas.
Havia quem olhasse para a frente e só visse quantos gols precisaria fazer para ser o maior artilheiro. Havia quem só estivesse preocupado em jogar, para ser o jogador maior tempo em campo. Cada estrelinha, ali, estava preocupada com seu próprio universo e com seu próprio brilho. E todo mundo sabe que sozinhos, não se chega a lugar nenhum.
Uma estrela sabe que um dia ela será vencedora, mas no outro ela vai perder. Porque ela é uma estrela, mas existem outras também. E o fato de ela ser ou estar entre as melhores, não quer dizer que seja a única e que não existam outras.
Um time de estrelas sabe que não basta o título de "melhor do mundo". Na hora do vamos ver, o que conta é tudo aquilo que a gente está careca de saber: humildade, técnica, união, vontade, vontade, vontade, vontade, motivação, acreditar em si, no time, no país, respeitar o adversário. Quer? Então faça por merecer. O seu título de melhor do mundo não basta para te trazer a taça. O seu título de pentacampeão não garante os próximos títulos, nem assegura merecimento por uma ou duas copas.
O merecimento é um ciclo que começa e termina e começa e termina... e começa de novo.
E não é só o nosso time de "grandes estrelas" que precisa saber disso tudo. Somos nós, também. A mídia, o Brasil. Aquele que espera, aquele que faz, aquele que vê. Todos nós. E talvez esta seja uma grande lição, que nos traz mais dignidade do que se ganhássemos a copa:
aprender que todo grande campeão precisa saber perder, tanto quanto sabe vencer.

sábado, julho 01, 2006

Querido Diário!

É engraçado. A gente fica triste por muitas coisas, mas basta uma coisa pequena pra nos deixar felizes. Estou falando de mim, mas acho que todo mundo é assim, também. É que hoje eu levantei cedo para fazer meus exames odontológicos, e quando voltei, fiz um passeio por aí. Fui na 25 de Março (o limbo) comprar presilhinhas para o cabelo. Depois fui ao Mosteiro São Bento... amo tanto aquele lugar! Deus é tão bom e faz tão bem para a gente, quem não sabe deveria experimentar. Eu entro (em qualquer igreja, mesmo uma capelinha pequena) e... não sei explicar...
Depois fui ao café Girondino, que fica exatamente em frente, tomar um café e comer um pedaço de bolo (eu tive que fazer jejum para os exames). É gostoso observar as pessoas. A moça na mesa ao meu lado que estava super ansiosa esperando alguém (que não veio). Uma família reunida, os pais dizendo para a filha que ela só pode levar um amiguinho na viagem. A menina é super educada e sabe ouvir os pais sem teimar (é difícil).
O café é um dos meus preferidos, e tinha cortininhas verde-amarela. As flores eram amarelas e os garçons estavam vestidos à caráter. Eu adoooooro este café.
No metrô, me sentei em frente à uma moça de trinta e poucos anos (oriental) que estava lendo um livro espírita. Ao seu lado, uma menina (oriental), que estava dormindo. E eu comecei a observá-la (com discrição) enquanto dormia. Ela estava super bem vestida, toda de preto, com uma cacharel e um casaco de zíper todo preto, com listras (tipo adidas) azuis. A moça estava ao mesmo tempo lendo o livro e protegendo a filha, ainda que sem tocá-la. Em dado momento, a menina encostou a cabeça no ombro da mãe, que voltou um pouco o seu rosto em sua direção, sem desviar a atenção do livro. Elas desceram na mesma estação que eu. A mãe pega a mão da filha, como se ela tivesse dois ou três anos.
É bom ver como as pessoas são felizes e se gostam. E quando eu estava falando de pequenas coisas, era disso que eu estava falando...
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Eu preciso, preciso, preciso prestar mais atenção à minha espiritualidade. Eu preciso perdoar, estou guardando rancor e eu não era assim. Estou irritada, e eu não era assim. Estou super consumista, e eu era mais ou menos assim. É que não adianta. Não é o psicólogo que vai me ajudar a superar o que eu já sei que acontece comigo. Eu estou precisando falar, me expressar, colocar minha reserva de carinho e de amor e de muitas coisas pra fora, mas não estou encontrando onde (e com quem; e não estou falando só do namorado que eu não tenho). Daí eu me empanturro de tudo o que tem a minha cara, como se eu estivesse comprando vários pedacinhos de mim mesma.
E depois dá vontade de chorar!
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Chorei agora à pouco, porque eu quero adotar a Isabella. A Isabella é uma cã. Cã é fêmea do cachorro. :-) Mas meus pais não gostam da idéia, e eu tenho que acatar, porque moro na casa deles...
Mas fico triste. É tão difícil de entender o quanto ter um cachorro me faria bem e o quanto estou precisando disso? E os benefícios disso não superam os milhares de cuidados e chateações????
Porque as pessoas são tão egoístas? Alguém pode me responder?
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Portugal está nas semifinais e eu fiquei feliz. Parabéns, Felipão. Não sei que orgulho e felicidade são estes que eu vejo em você, que não seja amor e patriotismo. Ah, acho que é... paternidade, né? Ver seus filhinhos conquistarem alguma coisa. Ok. Vou tentar te compreender, porque confio em você e fiquei feliz por sua vitória.
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Agora eu vou arrumar o quarto e me preparar psicologicamente para o jogo das quatro horas.