sábado, julho 08, 2006

still quiet

Olha eu aqui outra vez.
Ontem estava vindo pra casa triste, é assim toda sexta-feira, mas não vou explicar porquê. Isso fica guardado aqui dentro de mim. Eu tenho uma receita infalível contra a depressão: é viver a sua tristeza, sem renegá-la. É chorar, é curtir o que você está sentindo. Porque depois que você fizer isso, ela vai embora. Ela não fica por muito tempo. É o que acontece comigo. Eu nunca escondo quando estou triste, eu choro, eu bato o pé. Depois eu tomo um banho quente, sento-me ao lado dos meus pais, meus grandes amigos, e aos poucos isso vai passando.
A gente não deve esconder o que sente, porque um dia o que é pequeno vira uma imensa bola de neve, e é mais difícil de tentar consertar. Daí ontem eu estava assim, e quando eu fico assim eu quero mais é ficar quieta no meu canto. Vim logo pra casa pra ver a novela. Encontrei no ponto de ônibus uma amiga do Santa, e ela veio me contando sobre a vida dela - inteirinha - no caminho. Tinha um velho tarado sentado na nossa frente. Sentado ao lado de um negão. Ele passou o braço portrás do negão, para poder virar o corpo para trás, e olhar a minha amiga (acho que se apaixonou por ela). O Negão ficou imóvel. Continuou conversando com seu irmão - outro negão, com os cabelos rastafari trançados - que estava sentado no corredor, ao seu lado. Minha amiga desceu, e o velho sossegou. Quando chegou na frente do mercado, todo mundo resolveu descer. O negão, o outro negão e o velho. O velho se levantou, e quando o ônibus brecou, caiu em cima do negão-rasta. O negão-rasta segurou o velho com o próprio corpo, porque precisou se segurar com as mãos. Todo mundo deu risada. O negão. O outro negão e o velho. Eu e as tiazinhas.
Acho que os dois negões são jogadores de basquete. They look like.
***
Eu adoro ficar olhando você, porque os seus cílios são muito grandes e curvadinhos. E fico louca quando você dá aquela piscadinha. Aquela. Você sabe qual, tenho certeza que faz de propósito. Mas eu disfarço, não deixo que você perceba que está sendo observado o tempo inteiro, e que eu vi da janela, quando te vi andando na contramão. É um moleque que apronta, sabe que apronta, e dá aquela risadinha de como quem apronta e sabe. E depois vem se sentar perto de mim, com pose de bom moço, e o pior é que é mesmo, e me revira por dentro por causa disso. Fica fazendo voltinhas nos cabelos com os dedos, e quando pára, o cabelo fica arrepiado. Não consegue se concentrar muito quando está perto de mim, não consegue ler. E vem cantando estas musiquinhas fofas, gosto do seu repertório. Será alguma coincidência o fato de que toda vez que você aparece perto de mim, está cantando alguma musiquinha romântica????
Será que algum dia eu vou conseguir falar tudo isso pra você e deixar fluir tudo o que eu sinto quando estou perto de você, sem sentir medo?
I´m waiting... I´m waiting.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

ai, ai, I'm also waiting (kk)
Ellen

6:21 PM, julho 11, 2006  

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