Será que é amor?
O que eu ando escutando [e pensando]...
"Não vou viver como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Às vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão...
Já sei olhar o rio por onde a rua passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto o silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora!!!!"
[as exclamações foram necessárias e inevitáveis, porque me lembrei de como a voz do Seu Jorge sobe nesta hora, e de como a minha também subiria...]
"quero a unimultiplicidade,
onde cada homem é sozinho
a casa da humanidade..."
"Eu não tenho nada na cabeça, a não ser o céu
Eu não tenho nada por sapato, a não ser o passo"
[esta música é linda e estes trechos são belíssimos! Eu me lembro do Alê, quando escuto. Ele é simples, assim. Não precisa de nada a não ser um céu e um chão... eu sou assim, também.]
"Eu não vou gostar de você, porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso..."
"O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita"
[não precisa]
***
Eu decidi ficar quietinha, aqui no meu canto. Metade estranhando, porque eu não sou assim. Eu sou passional, eu não consigo raciocinar, eu só sinto. Eu só desejo, e eu faço, daí eu penso, depois que eu fiz. Sou movida à paixão, movida à coisas maiores do que investimentos, do que vinhos, do que ser assim ou assado... é assim que eu sou. Quantas vezes eu bati na porta, quantas vezes eu corri na estrada, quantas vezes. Tive paisagens bonitas na estrada que eu corri. Cansei, também. Algumas vezes eu tive meu destino nas mãos, mas em todas elas ele escapou... escorreu das minhas mãos. Tem um recado na geladeira, que eu guardei, dizendo que não importa o destino, o que importa mesmo é o caminho: bem percorrido, bem vivido. Porque é que eu me esqueço disso, se o que eu mais gosto nas minhas viagens é justamente do caminho... encosto a cabeça no vidro [limpo] do ônibus, e fico olhando o céu. Por causa da escuridão da BR, o céu fica totalmente estrelado, como uma teia de estrelas. Penso na vida, vejo a frente, olho pra trás. Vejo as árvores passando, correndo pra trás, como se fosse todas as besteiras que eu fiz, ou todas as coisas que estavam difíceis de ficar pra trás... e é isso, mais uma vez que eu busco agora. "Há outras coisas no caminho por onde eu vou". Tem um mundo inteiro. Tem os meus textos, os meus sonhos, os meus palcos. Meus amigos, meu violão [acho que eu troquei o piano pelo violão]. Tem a lua, tem o mar, tem o silêncio. "Escuto o silêncio que há em mim e basta". Basta.
As vezes me apaixono pelas pessoas, fico encantada. Como ele, que é tão simples. Pra ele basta um céu, e os pés descalços no chão, na grama, na areia. Ele gosta do silêncio e seus olhos me encantam... será que ele sabe disso? Eu não sei explicar o que eu sinto quando olho pra ele, não sei dizer o que ele faz comigo... são olhos cheios de carinho, de sossego, de bondade. Ele é um sonho. Eu poderia não responder por mim, pegar meu telefone e ligar pra ele. Poderia pegar minha mochila e sumir com ele pelas estradas... [sei que ele iria comigo]. Mas eu decidi ficar quietinha aqui no meu canto. Eu simplesmente não consigo mais me expor. Vou ficar quietinha no meu canto, apenas observando e amando, quieta e tranqüila.
Porque "o amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita"...
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