Luíza e a Noite
Para Alessandro [babysauro]
Gosto de sentar aqui em cima, ela diz. Ainda não descobriram o meu segredo. Agora eu sei! Sorri. Você é o único. Em tudo, diz, me olhando nos olhos. Mas sempre foge um segundo depois, voltando o olhar pra frente e dando um gole na cerveja. E hoje a noite está linda, é uma canja. Às vezes a noite é arroxeada e o tempo fica piscando. Fico aqui testando meus limites, porque morro de medo de trovões e raios. Pausa. Não consigo parar de olhar esta mulher, e estes cabelos que o vento faz voar. Encosta-se na parede e pousa a garrafa sobre seu colo. Volta a sorrir porque sabe que estou olhando pra ela. Quando eu tinha quinze anos eu fazia a mesma coisa no prédio onde eu morava. Um dia meu pai descobriu e entrou em pânico. Ele tinha medo que eu fosse me jogar de lá de cima! Mas depois passou a me acompanhar. Toda vez que eu sumia, podia contar uns vinte minutos no relógio e lá estava ele, abrindo a portinha e se sentando ao meu lado. Ele abria a portinha da cobertura e abria a portinha da minha clausura, também. Sabia se aproximar de mansinho sem fazer barulho e sem violar minha privacidade. Me sinto inseguro quando escuto isso, mas ela toca minhas mãos como garantia de que está segura, ali, comigo. Então, continua, eu ficava pensando que queria estar lá longe, onde meus olhos alcançavam. E meu pai dizia que havia alguém na janela, está vendo? Ele está acenando pra você!!!! E eu acreditava e acenava também e você não sabe como aquilo me deixava feliz!!! Os olhos brilham e ela volta a olhar pra mim. Outro gole na cerveja. Acene pra ele, ele está te olhando, olha lá, brinco. Ela se levanta e pula como uma criança. Como se fosse uma festa. Depois pára. Vem, vem aqui e sente! Fecha os olhos e vê como vento bate no seu rosto... eu adoro estas luzes, como adoro. Dá a impressão sabe o quê? Que eu estou olhando a cidade de uma visão privilegiada, presenteada, e que ninguém sabe que estou aqui. Ninguém sabe que está sendo observado por mim. Dá uma sensação gostosa de poder, poder saudável. Você sabe, diz ela, chegando mais perto, que não existe nenhum lugar do mundo que me faria trocar por este lugar. Pega minha cerveja e volta a se sentar onde estávamos. Não consigo me mover daqui, prego meus olhos nesta mulher, no seu rosto, nos seus olhos negros e gulosos, nos lábios. Mas o seu sorriso me destrava e eu me sento ao seu lado. Estou nervoso como um moleque de dezesseis anos. Nos deitamos lado a lado, no colchonete, e ela cola seu corpo quente no meu. Sua pele é macia e úmida. Colo – lhe junto a mim, tocando sua cintura. Pêlos, pés, lábios, seios. Agora é a noite que nos assiste e a cidade que guarda o nosso segredo. Respira, conosco, este fôlego curto de uma paixão recém-descoberta. Tenho-a minha, inteiramente nua, seu corpo e sua alma, entregues docemente como a paisagem se entrega aos seus olhos. Também eu me entrego e digo-lhe, antes que me escape: não existe lugar do mundo algum que eu trocaria por este lugar, e por você junto comigo. Me beija e me beija e me beija; é a última coisa de que me lembro. Minha memória foi inteiramente tomada pela embriaguez do seu perfume noturno e totalmente voraz. Nosso segredo.
Gosto de sentar aqui em cima, ela diz. Ainda não descobriram o meu segredo. Agora eu sei! Sorri. Você é o único. Em tudo, diz, me olhando nos olhos. Mas sempre foge um segundo depois, voltando o olhar pra frente e dando um gole na cerveja. E hoje a noite está linda, é uma canja. Às vezes a noite é arroxeada e o tempo fica piscando. Fico aqui testando meus limites, porque morro de medo de trovões e raios. Pausa. Não consigo parar de olhar esta mulher, e estes cabelos que o vento faz voar. Encosta-se na parede e pousa a garrafa sobre seu colo. Volta a sorrir porque sabe que estou olhando pra ela. Quando eu tinha quinze anos eu fazia a mesma coisa no prédio onde eu morava. Um dia meu pai descobriu e entrou em pânico. Ele tinha medo que eu fosse me jogar de lá de cima! Mas depois passou a me acompanhar. Toda vez que eu sumia, podia contar uns vinte minutos no relógio e lá estava ele, abrindo a portinha e se sentando ao meu lado. Ele abria a portinha da cobertura e abria a portinha da minha clausura, também. Sabia se aproximar de mansinho sem fazer barulho e sem violar minha privacidade. Me sinto inseguro quando escuto isso, mas ela toca minhas mãos como garantia de que está segura, ali, comigo. Então, continua, eu ficava pensando que queria estar lá longe, onde meus olhos alcançavam. E meu pai dizia que havia alguém na janela, está vendo? Ele está acenando pra você!!!! E eu acreditava e acenava também e você não sabe como aquilo me deixava feliz!!! Os olhos brilham e ela volta a olhar pra mim. Outro gole na cerveja. Acene pra ele, ele está te olhando, olha lá, brinco. Ela se levanta e pula como uma criança. Como se fosse uma festa. Depois pára. Vem, vem aqui e sente! Fecha os olhos e vê como vento bate no seu rosto... eu adoro estas luzes, como adoro. Dá a impressão sabe o quê? Que eu estou olhando a cidade de uma visão privilegiada, presenteada, e que ninguém sabe que estou aqui. Ninguém sabe que está sendo observado por mim. Dá uma sensação gostosa de poder, poder saudável. Você sabe, diz ela, chegando mais perto, que não existe nenhum lugar do mundo que me faria trocar por este lugar. Pega minha cerveja e volta a se sentar onde estávamos. Não consigo me mover daqui, prego meus olhos nesta mulher, no seu rosto, nos seus olhos negros e gulosos, nos lábios. Mas o seu sorriso me destrava e eu me sento ao seu lado. Estou nervoso como um moleque de dezesseis anos. Nos deitamos lado a lado, no colchonete, e ela cola seu corpo quente no meu. Sua pele é macia e úmida. Colo – lhe junto a mim, tocando sua cintura. Pêlos, pés, lábios, seios. Agora é a noite que nos assiste e a cidade que guarda o nosso segredo. Respira, conosco, este fôlego curto de uma paixão recém-descoberta. Tenho-a minha, inteiramente nua, seu corpo e sua alma, entregues docemente como a paisagem se entrega aos seus olhos. Também eu me entrego e digo-lhe, antes que me escape: não existe lugar do mundo algum que eu trocaria por este lugar, e por você junto comigo. Me beija e me beija e me beija; é a última coisa de que me lembro. Minha memória foi inteiramente tomada pela embriaguez do seu perfume noturno e totalmente voraz. Nosso segredo.
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Feliz. Esta semana eu percebi que às vezes a gente pode perder pessoas pelo caminho, mas percebemos que existe gente na vida da gente, que vale por dois alguéns. Até três. E olha que procurando bem tem gente que vale por quatro. O Dennys, a Jú, o André.
O que dizer quando termino o meu dia lendo textos maravilhosos que meus amigos me mandam e sabendo que as pessoas confiam em mim??? E esta chuva???? Minha alma lavada. Eu estou sentindo amor no meu coração, não sei bem como e pq e por quem. Acho que é felicidade, isso... é. Eu só tenho a agradecer à Deus, porque estou protegida pelo amor e o carinho das pessoas.
Meus amigos me inspiram!!!! Obrigada, mundo!
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