Moulin Rouge!
Saímos da Belvedere - nem senti, ainda estava sob o efeito de tudo tudo tudo aquilo - e fomos comer esfihas. Liberdade. Viaduto da Liberdade, olha lá embaixo como tudo passa. Não tenho mais medo de altura. Faz frio aqui e o que é este povo todo dormindo na rua, aqui no alto, esta ponte, este monte de gente junta, cobertores como se adiantassem. Esta cena faz tudo o mais perder o sentido, mas tudo bem. Fico calada. Como bastante. Me chamam de bebê. Fazendo doce porque ninguém queria o troco. Quase que eu disse. Beijos, despedidas. Resolvemos ir direto para o Little, queremos rock e dançar. Tô sem dinheiro, preciso ir pra casa. Não, não vai dar tempo. Me emprestam 21. 16 é pro couvert. Sobra cinco para o refrigerante [ótimo]. Pegamos a vinte e três. Sinto vontade de ligar a câmera do Erick, ali no banco de trás, e filmar as luzes e os prédios todos, e filmar coisas que só meus olhinhos de grilo vêem. Contenho-me. É cedo, ainda. Resolvemos parar para um papo. Um posto de gasolina. Meninas prostitutas comendo batatinhas na loja de conveniência. Saias tapa-útero. Erick, Juliana e eu estacionados em frente, Moema. Vai lá, Erick, eu disse. Vai lá e filma. Corajosinho, lá vai ele com sua carinha de joaninha, carregando sua câmera. Olha lá, Jú, elas estão puxando assunto com eles. Júúúú! A menina tá sem sutiã, credo! Alguma coisa tocando no rádio que casa direitinho com a cena e aí vem duas peruas. Uma delas veste uma blusa com gola de pele e saia preta até o pé, como quem volta de uma ópera. Erick vem vindo e nos mostra sua filmagem extra-policial. Extra porque é um furo de reportagem, as prostitutas jovenzinhas da classe-média [alta?]. Policial porque foi assim que eu me senti, hehehe.
Ficamos tomando cerveja até as 23h30 [quer dizer, ficaram, odeio cerveja, nhec].
Jú e eu, olha aí o palco e olha ali a banda. Chegamos de fininho, timidamente. Melhor ficar na frente, quero sentir o vocalista cuspir na minha cara. O cara da guitarra continua com aquela cara de Jovem Guarda e guardou minha bolsa embaixo de todas aquelas coisas. Ligo no celular do Inacreditável para fazer inveja. Ele liga de volta e escuta um pouco de rock [eu anônima aqui, ele anônimo lá]. Um cara que como diz a Jú, "já fez a passagem". Tão bêbado que os olhos não dizem mais nada. Olha fixo para frente, perdido, passado. Coloca a garrafa de cerveja sobre a cabeça e fica rebolando. Um pouco depois chega o cara da Universal. Puro preconceito, era um homem negro, vestido de terno e gravata, que canta e dança como um cantor de Gospel das igrejas norte-americanas. Divertidíssimo. Rebola, abaixa, dançam suas mãos e pés e cintura e tudo. Quer sair na foto. Chegam Júlia e Letícia. Me compram uma sagatiba [bebo tudo e não acontece nada, nem antes, nem durante e nem depois]. Conversamos um pouco sobre o texto de Júlia. Quer que eu encene. Não sei se topo - embora eu goste.
Dançando muito e cantando muito, sou feliz. O quadro dos Beatles - o que será que tem este quadro que eu não páro de olhar pra ele [disfarçando porque eu não sei a letra da música]. Deve ser puro delírio porque estão olhando para mim e para você e para ela. Letras em neon atrás do palco, Little Darling. Letícia me diz que inveja minha meiguice. Sinto vontade de lhe dar um abraço, mas fico quieta [da próxima vez eu darei]. Não estou cansada [uso um All-Star e blusinha fofa], embora esteja sem maquiagem. Vou buscar uma Soda diet. Tudo está acabando. Papos hilariantes com os dois caras estranhérrimos, mas lúcidos [os únicos]. Divertidíssimo. O tiozinho que faz aniversário está soltando bolinhas/bolhinhas de sabão. Perfeito, estou no céu, embora olhe em volta e mais pareça a visão do inferno. Penso aqui e digo pra Jú: não bebam, homens. Não passem da conta. Vocês ficam ridículos quando estão embriagados. Só Deus sabe [e nossos ouvidos]. Puro papo-meleca. Porcaria, mesmo. Madrugada, vamos embora. O dia vai clarear. Letícia está totalmente bêbada, cantando ali na frente e dizendo que daria para Caetano Veloso [eu daria para o Chico Buarque, mas fiquei quieta, a cena é dela].
Perfeito, penso. E ainda sobra espaço pra um hot-dog depois.
1 Comentários:
Hot Dog depois da balada eh tudooooooo, por aqui tambem tem, mas nada daquelas coisinhas e coisonas transbordando em nossas maos... milho, pure, ervilha, tomate, enfim...
Mel, como assim nao toma breja? quando estiver por aih vou te INTIMAR a tomar uma comigo (soh uma, prometo), eu fico com o resto hehehe
te adoro, girl!
bejitosss da Drica <* *>
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