Fechem os jornais e desliguem a TV.
Não há como fugir da idéia um tanto Cristã de "dar a vida pelos irmãos", quando se quer fazer o que deve ser feito. Acho que aquele jornalista que foi assassinado (Tim Lopes) sabia das conseqüências do que se propôs a fazer desde o princípio, assim como aquela missionária, assim como o próprio Cristo. É que hoje em dia as coisas só entram nos eixos quando tudo chega no limite, quando a chaleira ferve, quando a panela de pressão estoura, quando o vulcão explode. E eu tive vontade de ser uma advogada criminal (eu tenho muitas vontades). Porque eu sou tinhosa e sempre consigo o que eu quero, pode demorar, mas eu sempre consigo, e acredito que Deus e o universo conspiram ao meu favor, quando minha vontade é justa (e geralmente minha vontade não diz respeito ao meu umbigo). Eu jamais entraria num plenário para perder uma causa, se dependesse da minha inteligência, da minha dedicação (dias, noites, madrugadas) e dos meus argumentos. Sei que depende em parte da consciência das pessoas e as pessoas estão cada vez mais estranhas... mas no que dependesse de mim... eu me garantiria.
Se eu fosse uma advogada de defesa, meu papel jamais seria brigar pela absolvição, mas pela "reeducação" (há quem seja chamado de "romântico" por acreditar que isso seja possível, e eu então sou a última dos românticos), ou pela atenuação da pena. Mas jamais pela inocência, jamais dando falso testemunho jurando inocência onde (supostamente) não existe.
Eu lutaria até o fim, até perder as minhas forças para que as coisas mudem. Para que haja o fim da impunidade, da hipocrisia, da compra de privilégios, a mudança na legislação, a revisão das leis. Eu sou Cristã, acredito no ser humano, desafio meus medos e minha indignação. Quero que esta menina (que está sendo julgada) pague pelo ato que cometeu, assim como os outros envolvidos. Óbvio que eu riria se amanhã ela sorrisse diante das câmeras, dizendo que se converteu e que Jesus a salvou. Eu não sei como, existem pessoas e existem bichos (como é o caso), e eu aposto nas pessoas.
Só que eu provavelmente morreria assassinada (porque não ficaria quieta) ou infartada (porque se ler a respeito do julgamento desta menina e do processo me faz passar mal, imagina fazer parte dele). Ontem ao acompanhar o andamento do julgamento, pela internet, e ao saber do desfecho de tudo, comecei a sentir falta de ar (sempre acontece quando eu fico nervosa).
Saí e não fui pra casa. Fui ver uma amiga, que me faz sentir bem e que me entende. Esquecer um pouco da vida, deste mundo que eu não entendo, e que sinceramente não sei que futuro terá.
Tudo isso pra dizer que se eu abraçasse esta causa, estaria assinando minha sentença de morte.
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