sexta-feira, junho 30, 2006

o falecido

Era uma vez um blog bonitinho. Que um dia foi excluído covardemente por sua dona, a dona topeira (topeira porque apertou a teclinha acidentalmente).
Daí um pedaço daquele blog foi encontrado, eis o link:

http://72.14.203.104/search?q=cache:BnUkPw5E_ukJ:persephone.weblogger.terra.com.br

divirtam-se!

quinta-feira, junho 29, 2006

Desarranjos Cotidianos

Cenas.

Foto 3x4 no muquifinho da Santo Amaro. Um japonês. Tiozinho.

- Senta ali, faz favor.

Sento. O japa começa a preparar a polaroid, ininterruptamente. E mexe, e mexe, e mexe... Volta e arruma minha cabeça. Mexe na polaroid. Volta e arruma minha cabeça. Mexe na polaroid. Volta e arruma a minha cabeça. Mexe na polaroid. Fica lá atrás sem se mover.

"Tá difícil" (penso)

O japonês não move um dedo. Fico lá tentando congelar a cara. O japonês tira a cara detrás da polaroid e fica olhando pra mim:

_ Fecha a boca!!!!

***

Oito horas da manhã. Minha mãe me levando de carro ao cemitério (enterro). Dia do jogo do Brasil contra gana. Ela está com tosse, está mal. Dou-lhe um halls preto. Ela hesita, mas acaba aceitando. Passa alguns minutos e escuto alguns suspirinhos (porque minha mãe é pequena).

_Nossa! Como vocês compram este halls preto...?! (...) ... parece que vai te matar...!!!

***

quarta-feira, junho 28, 2006

garota enxaqueca

Tem coisas que só a Melissa faz por você. Conseguir somar mais de dez números de inscrição para o mesmo vestibular, por exemplo! :-D Mas eu não sabia disso é claro. Porque cada vez que começava a me inscrever, acontecia o mesmo: o sistema caía, ou eu tinha que parar o que estava fazendo para apagar algum incêndio, e lá se ia. O que aconteceu? Uma Melissa passou no vestibular, e as outras nove não. E a Melissa levou um susto porque se achou a primeira anta da face da terra quando soube que tinha sido reprovada no vestibular da escolinha. Mas melhorou porque recebeu um e-mail dizendo que foi aprovada. Liguei lá. E o cara então me informou e me pediu que por gentileza, da próxima vez, contenha-se apenas com um número de inscrição.
Bem. Pelo menos eu tenho uma história pra contar.
***
A dentista me disse que o meu "queixinho" é pra trás e eu estou me sentindo um alien. Talvez eu tenha que usar um aparelho até o fim da vida. Ok. Mas não farei aquela cirurgia horrorosa (ortognática). Só espero que o meu queixo não dê mais pra trás ainda, porque deste jeito eu nunca mais saio de casa... [auto estima menor do que uma formiga]
***
Meu dia ontem foi terrível. Comecei a manhã indo a um enterro. Uma senhorinha que tinha alzheimer e era como se fosse minha avó. Ela sempre me reconhecia. Mas ela tinha um semblante sereno e pela primeira vez na vida eu não tive medo de olhar...
Teve o jogo, fiquei um pouco feliz, porque tinha achado que o Brasil ia penar... no fim o jogo me rendeu boas risadas, aquela cena do Roberto Carlos deitado no colo do negão foi demais!!!!! E o cara fazendo carinho nele!!!! Fizemos a maior festa e eu soltei váááários berros (como se estivesse numa montanha russa).
Mas foi só voltar para o escritório que a nuvenzinha cinza se instalou novamente. Tudo porque as pessoas são tão desorganizadas e tão desatenciosas, não fazem nada por completo. Eu sempre tenho que resolver tudo. As pessoas vieram do jogo e começaram a deixar os cacarecos (bandeiras e afins) sobre a minha mesa!!!!!!!! Eu disse: "pode pegar tudo isso de volta, aqui não é lixo!!!! Aqui não é depósito! Entreguem para a Sandra!" Porque tudo é deixado sobre a minha mesa, as vezes até sem bilhete, sem que eu faça a menor idéia do que se trata.
A base emite uma nota-fiscal errada. Isso vai acarretar uma série de problemas. O caminhão com a carga vai ficar retido ali na frente (no caso, este "ali" foi Minas Gerais, qualquer dia este "ali" será em Florianópolis, Manaus...) e o motoboy tem que ir até LÁ entregar a nota certa. E eu não posso mandar qualquer motoboy, ele precisa conhecer os "macetes". E é isso. Por quê não se faz as coisas do jeito certo, só pra variar um pouco?????
Peço ajuda pra um. Fala com fulano. Vou no fulano. Fala com sicrano. Vou no sicrano. Fala pro fulano que eu já fui falar. Isto é um circo e me deixa realmente FURIOSA!!!!!! E quando eu fico FURIOSA, não consigo esconder e todo mundo percebe!!!!! Até os motoboys.
Tudo isso foi pra dizer o quanto meu dia foi terrível. Daí entro no site e descubro que sou muito burra porque não passei na Anhembi Morumbi (mas passei). E termino o dia sabendo que eu estou toda torta por causa da minha arcada dentária e passo o maior frio esperando o ônibus.
Daí aconteceu que eu estava super feliz porque o menino ia passar umas horas comigo. Só que o babaca não foi porque ficou com vergonha. Daí eu comecei a chorar, não sei se pela falta de atitude do cara ou porque tá muito foda ficar sozinha.
Há quanto tempo, você que está me lendo, não dá um longo abraço em alguém? Eu não sei. Mas eu há muito tempo não abraço alguém. Eu tento, mas parece que as pessoas se assustam, não querem contato. E este tipo de coisa está começando a me fazer mal, porque eu preciso de contato, de carinho, de calor humano.
Daí eu páro pra tentar entender porquê Deus me deixa sozinha. Se Ele sabe que eu não gosto, não posso e não quero ficar sozinha. Por quê as coisas são sempre tão difíceis pra mim?
Ah, eu sei que de um lado não posso reclamar. Tenho uma família feliz, saudável, tenho saúde perfeita, tenho um emprego maravilhoso (apesar das pequenas imperfeições humanas), tenho um futuro garantido por conta disto. Tenho muitas coisas e sou muitas coisas. Mas a minha alma anda um tanto... triste e incompleta.
E por quê, Deus?
Ninguém percebe, ninguém me vê quando estou triste, e se vê, não saca. Só Deus vê, mas nada acontece...
***
E no meio da bagunça, quando eu estava precisando da ajuda de alguém, pessoinha veio até a recepção e me perguntou se existia algo que ele podia fazer. Isto foi tão legal. Por quê você não é sempre assim???????? Eu já tinha resolvido o problema, mas me senti mais aliviada.
***
Atrás de mim tem dois fax que não param de trabalhar nunca e sou eu quem tem que arrumar a papelada e distrubuí-las. E uma copiadora. E o telefone. E o telefone de certas pessoas que transferem pra mim. E contas pessoais dos outros que eu tenho que me responsabilizar para serem pagas (há quem saiba pedir e tenha bom senso...) E o correio. E os malotes. E o boy. E os motoboys que chegam. E os visitantes. E o cartório. E as salas de reunião. E os pedidos de todo mundo. E receber as correspondências. E abrir todas elas. E carimbá-las. E distribuí-las. E as pessoas que nunca atendem os telefones e nunca os tiram da caixa postal, e eu nunca consigo transferir as ligações pra ninguém. E tudo o que quebra sou eu quem tenho que dar jeito. Estou cansada...
***
Estou cansada...

segunda-feira, junho 26, 2006

Nada de novo no front.



Algumas alegrias na última quinzena. Reencontrei meu amigo gaúcho "Charlie Brown" (meu Deus como este menino parece o Charlie Brown). Ele continua chato e indecifrável. Voltou a dar em cima de mim (mas desta vez eu não caio). Ainda me chama de Lilica. Ficou meio tonto quando viu minha foto com o decotinho. Enfim. Fiquei feliz e ele me disse para não desaparecer. Isso já faz mais de duas semanas e ele nunca mais apareceu on-line. Que puxa...
Reencontrei também minha amiga Carla, aquela que tudo sabe e que tudo vê. Risos. Anda trabalhando um bocado, a moça. Me ligou no meio do churrasco, ficamos um bom tempo conversando e colocando a fofoca na sua devida ordem. Combinamos de nos encontrar no sábado, quando ela for levar o Pi para a tosa. A gente toma café no Suplicy, junto com os descolados e os entojados. Os descolados são os cachorros e os entojados são seus donos. Hihihihi.
Teve um dia que a santa quis comprar uma calça preta e gastou só mil reais na calça. Então tá, né. A gente ficou passeando na Oscar Freire para comprar a calça de ouro, enquanto o Pi tomava um banho de chiqueza. O Pi é o seu cachorro gostosíssimo (um lhasa apso), que só falta falar francês. Eu gosto de passear com a Carla e tomar café no seu apartamento (Na Pompéia), rir muito porque ela é engraçadíssima, achar engraçada a reunião de senhoras (sua mãe) na sala, escutando ópera com a luz apagada. Daí a gente vai para o quarto e ela me ensina o jeito que ela faz suas orações (incluindo uma luz violeta) e me dá alguns livros velhos que ela guarda no fundo do baú. Eeeee Carla. A personificação da Lião (Lygia Fagundes Telles).
Eu falo para ela que eu queria um namorado igual ao Pi... E quando lhe pergunto as novidades, ela responde:
"Nada de novo no front".
***
Prestei vestibular no domingo e descobri que eu preciso optar pelas seguintes alternativas:
1. Voltar para a escola
2. Ficar de boca fechada.
Mas não se preocupem, meus amigos. Nem tudo está perdido. Eu optei pela primeira alternativa, porque eu não consigo ficar de boca fechada.
(vou estudar sozinha)
***

sexta-feira, junho 23, 2006

Das coisas que se vão, e das coisas que ficam...

A casa onde meu padrinho morava, hoje está triste, fechada, escura e silenciosa. Alguem aluga a parte de trás. Na verdade, me custa muito ir até lá. Não é por falta de saudade, eu amo aquele lugar. Pensar na casa da minha avó é me lembrar de tantas coisas! A primeira coisa que vem à cabeça é o entardecer!!! A tarde caindo e deixando o céu lindo... o entardecer mais lindo do mundo eu via - e via de criança - do quintal da minha avó. E eu também gostava de quando tocava o sino da igreja. Era tudo tão silencioso, e as badaladas do sino rompiam aquele silêncio da tarde. Minha avó dizia baixinho, lá na cozinha, que eram seis horas. A gente fazia pipoca e tomava com chá. Ou então era a canja perfeita. Com aquele cheirinho inesquecível. Meus domingos. O lugar onde meu pai cresceu e eu também. Ali, minha irmã ganhava suas festas de aniversário. Festas Juninas, porque ela faz aniversário hoje, 24 de Junho. Tinha bandeirinhas e forró (mulher como mulher também, eu não entendia muito isso, porque era pequena). Tinha tudo. E tinha balão. Meu pai e o Tio Pedro soltavam o balão, que subia, subia, subia no céu. É... pensar naquele lugar é me lembrar de tudo isso...
Fico brigando com a eternidade, porque minha avó faleceu (eu tinha oito anos) e embora ninguém seja eterno, ela para sempre existirá dentro do meu coração. Por puro amor, por pura devoção. Por eu me olhar no espelho e ver aquela fatia da família, em feições e em natureza. Sou pacífica, como ela. Doce, meiga e ciumenta, como ela. E criança, mas esta parte a gente pula!
E minha avó se foi. De vez em quando ainda sonho com ela, e todos os sonhos que tenho com ela, são brancos. Incrível. Só vejo o seu rosto e ela veste a toquinha vermelha. E o resto, tudo, tudo, tudo é branco.
Mas faz tempo que eu não sonho com a minha avó. Ela deve estar brava comigo. Depois de muito tempo fui entender porque eu sonhava tanto com ela: e sonhava que ela estava me olhando, séria, de dentro de sua casa, por trás das portas de vidro fechadas.
Meu tio faleceu dormindo. E o encontramos quase dois dias depois, porque meu pai estava viajando. Quando chegamos lá na casa, seu rosto estava branquinho, virado para a parede. Ele morava sozinho, ele e os peixinhos. E no silêncio de sua morte, eles, os peixinhos dourados, foram os anjos da guarda. Velando seu sono e seu descanso.
Enquanto minha mãe cuidava de tudo (tudo), eu estava paralisada, do lado de fora, no quintal. Ali já houve tanto verde, tanta vida, tantas coisas. E a lembrança que pesa agora é a do meu padrinho deixando para sempre a sua casa.
Paradoxo, talvez. Porque eu sei, que ele ainda está ali. Com seus peixinhos dourados, sua solidão e sua inocência.

quinta-feira, junho 22, 2006

que futebol lindo!!!!!!!!


Acho que estou vivendo uma paixão platônica, só não escolhi ainda qual dos onze...

ai, ai...

quarta-feira, junho 21, 2006

lendo o jornal e chorando

O metrô pode ficar ainda mais assustador quando se lê o jornal. E quando se lê uma reportagem onde os rebeldes das facções iraquianas dizendo que executaram "a vontade de Deus" e "trucidaram os animais americanos", o metrô vira o trem fantasma...
Meu Deus, meu Deus, meu querido Deus... o que é a mente humana. Que merda que é a mente humana.
Salvem o homem dele mesmo.
***
No mais... ver o homem machucar a si mesmo me deixa muito triste. Ver as pessoas se machucarem. Ver pessoas de quem eu gosto *e me importo*, se machucando, me deixa triste. Esta tristeza que eu absorvo dos outros é o triplo da tristeza que eu sinto.
Estou me sentindo muito sozinha... e as vezes isso me assusta. Sozinha no trem fantasma!!!!! Isso é o que realmente me preocupa. Eu preciso que alguém viaje comigo.

me and myself

Hoje eu não tomei café e estou passando muito mal de fome. Meu Deus, por que tanto apetite? Por que tanto apetite de comida, de vida, de felicidade, de descobertas?
Que eu continue assim.
Tenho a dizer que estes dias eu tomei uma decisão e foi a melhor decisão que tomei na vida. Vida. As vezes ela prega uma peça na gente, né. Engraçado isso. Foi assim, eu disse tudo o que eu tinha que dizer, tirei todas as dúvidas que tinha que tirar, esclareci tudo o que eu tinha que esclarecer. Agora podemos conversar numa boa, tomar Smirnoff Ice no happy hour e fofocar - porque toda mulher adora uma fofoca, anotem isso e grifem de vermelho. Podemos fazer isso sem medo, sem hipocrisia, com transparência, com honestidade. Poderia tudo ter continuado como antes, eu aqui e ela lá, mas a vida não quis assim e hoje nós somos good friends! ;-)
E entre bons amigos não pode haver nada debaixo do tapete.
Mas o que vem antes disso é que eu estava precisando, e ufa... que alívio!
E ok. Assunto encerrado. Que todos nós sejamos felizes e andemos lindos e formosos.
Porque a vida é praticidade, entende?
***
E há quem diga que eu me expus demais no post abaixo. E eu respondo que eu não me importo, não tenho nada à esconder, não tenho vergonha das minhas atitudes, e também não tenho vergonha dos meus erros.
O meu blog é o meu diário, meu espaço, meu quarto, minha cama. Se eu não puder ser honesta aqui, se não puder ser honesta comigo mesma, quando, como e com quem serei?
Eu tenho necessidade de escrever as coisas para arquivar as coisas. Só arquivo depois que coloco no papel.
E ok. Assunto encerrado. Que todos nós sejamos livres e andemos de bicicleta no ibirapuera.
***
Fui ao dentista e descobri que talvez eu precise fazer uma cirurgia ortognática. Passei a madrugada pesquisando na internet sobre "mordida aberta". Comecei a ver milhares de defeitos no meu rosto. Minha mãe quase me bateu porque eu sempre tenho estes surtos. Depois riu da minha cara. Hoje eu também ri e também chorei.
E gastarei rios de dinheiro.
Bem feito. Quem manda comprar sainhas...

segunda-feira, junho 19, 2006

Pensando aqui...

Hoje é segunda - feira e eu quero resolver minhas pendências maníaco-amorosas esta semana.

***

domingo, junho 18, 2006

O cachorro que não cala a boca e eu tenho um coração saudável.

"Não sei se é porque eu arrumei o meu quarto, mas não tenho vontade de dormir. E agora, menos ainda, porque o soldadinho de madeira está olhando pra mim. Ele estava pendurado, mas ficava dançando no ar (dançando sozinho) e isto é terrível. Tratei de tirar o boneco dali, este boneco que a gente puxa a cordinha e ele abre as pernas e os braços. Meu pai um dia me perguntou se ele também coloca "o pau pra fora". :-(
O meu pai é super didático...

O boneco é muito feio. Assim como o anjo dourado que está suspenso no altarzinho. Eu tenho uma queda por coisas feias. O boneco de madeira, o anjo dourado. São horríveis, mas eu adoro. E se um dia este anjo resolver virar gente e despencar de onde está, terei um infarto. E os livros também, que fiquem quietos ali, nas prateleiras em forma de U.

Muito barulho porque as pessoas adoram fazer barulho. E tem um cachorro que até agora não descobri a quem pertence. E este cachorro simplesmente surta. Eu já cronometrei: todo o santo dia, das 23 às 03hs, ele late sem parar um segundo. Quando dá 03hs, ele cala a boca.

O que será que acontece?

E toda esta movimentação me tira o sono, de fato. Embora eu esteja bocejando, agora. Mas eu preciso realmente dormir, porque amanhã é domingo, tenho que levantar cedo para comprar pão e caminhar. Amanhã tem jogo e será terrível o nervoso que eu vou passar.
E sobretudo, amanhã é o último dia do feriado, e eu preciso fazer tudo o que não fiz nos outros três dias..."

***

É preciso estar com a saúde em dia para se assistir aos jogos do Brasil. Mas se você não tiver feito seu check-up e sobreviver à partida, significa que está tudo bem.

sexta-feira, junho 16, 2006

just me

Eu tenho diários escritos desde os quinze anos. Por que não arranjo tempo para relê-los? Será que aquela menina ainda existe ou será que não existe mais? Já faz uns dois anos que eu parei de escrever nos cadernos e passei a escrever tudo no blog. Perdi o primeiro blog, que já tinha dois anos, quando perdi alguém que achei que fosse o amor da minha vida. Ah, a gente sempre acha coisas. Depois o tempo passa e pára de achar. Eu acredito que Alguém rege a minha vida e faz com que tudo caminhe da melhor forma possível. Procuro aprender com meus erros e minhas perdas. Procuro ser uma pessoa melhor e inofensiva. Procuro ser e estar feliz e aprendi a diferença, com o tempo, de ser feliz e de estar feliz. É, aprendi que existe esta diferença e que o fato de em algum dia eu não estar feliz não quer dizer que eu queira cortar meus pulsos.
Minha vida já pareceu perder o sentido todas as vezes que eu perdi alguém que amei. Hoje acho que realmente amei, embora acredite que existem níveis diferentes de amor, e que o nível mais bonito e mais forte eu ainda não conheci. Agora eu estou escutando minha mãe conversar com minha madrinha ao telefone. Tentei falar com ela agora há pouco, mas a linha estava ocupada. Passou alguns minutos e ela ligou pra gente... estou tomando uma taça de vinho e vestida pra sair. Eu ia sair hoje à tarde, mas desisti, simplesmente desisti. Fiquei aqui assistindo os filmes que eu loquei (duas porcarias de filmes de terror, não percam o tempo de vocês). Li o blog de uma amiga, que me fez pensar nos rumos que a vida toma.
Não dá pra teimar muito quando o nosso coração começa a querer falar. Não adianta falar, porque a gente não vai escutar outra voz que não seja a dele. E se ele disser alguma besteira, a gente vai achar que é a besteira mais verdadeira deste mundo.
Meu primeiro envolvimento amoroso, efetivo ou aquele que eu quis que fosse efetivo, foi uma explosão. Desde as primeiras vezes em que eu passei a teclar com ele, saberia que a gente ia dormir juntos e que eu perderia minha virgindade com ele. Eu sabia antes da gente se ver. Com o tempo eu fui absorvendo algumas delicadezas dele, que nem ele conhecia sobre si mesmo. O seu jeito de dormir me abraçando super forte. E seu jeito protetor que sempre, sempre, se manifestava, aqui e ali. O dia em que as coisas não foram tão bem assim (afinal eu era virgem) e ele me colocou sobre seu colo, como se eu fosse um bebê, e me abraçou e pediu para que eu não não exigisse demais de mim mesma. As coisas entre nós não foram muito bem depois, tanto é que não nos falamos mais. Mas estas pequenas delicadezas eu guardei pra mim e é esta a imagem que eu guardei dele. Mesmo tendo me magoado muito, ainda penso nele com carinho. Hoje eu estava assistindo a seqüência de "Antes do Amanhecer" (Antes do Pôr do Sol). E Celine diz uma coisa para Jesse, sobre a qual eu me identifiquei muito. Parecia que era eu quem estava dizendo, parecia que ela tinha tirado aquelas palavras da minha boca. As pessoas passam pelas nossas vidas e nos marcam, em paixão, em amor, em mágoas. Passam e se vão. Mas nenhuma delas é substituível. E quando a saudade e nostalgia começa a apertar, são as pequenas coisas que apertam o nosso coração. As pequenas delicadezas. Como nós dois comendo batatas fritas na cama do motel, assistindo alguma coisa que agora não me lembro mais o que era. Ou então quando os olhos dele se enchiam de água depois de alguma coisa que eu dizia.
Foi meu primeiro envolvimento marcante. Depois veio o segundo. Quando a gente pára de raciocinar e acaba fazendo coisas que jamais julgou capaz de fazer. E faz sem culpa, ou quase sem culpa, tirando da garganta a velha desculpa de que o coração tem razões que... bla bla bla. Nosso envolvimento foi muito rápido, mas foi tão intenso! Hoje em dia eu não sei se foi tão verdadeiro assim, ou se foi fruto de uma carência, ou de duas carências. Lembro quando eu cheguei de uma baladinha, num sábado a noite, e ele percebeu que eu estava triste. Depois de dias conversando direto (eu saía do trabalho e não via a hora de chegar em casa), a gente já sacava bem um ao outro. Daí ele me mandou uma foto de vários, muitos girassóis. E depois me mandou outra onde ele estava no meio deles. Naquele momento eu liguei a tecla "f", o botãozinho que a gente aperta e o juízo vai embora. Decidi que não ia mais esconder os meus sentimentos, reações e sensações. E que não recusaria o próximo convite pra sair. Nós não conseguimos esperar o que combinamos, e na sexta-feira à tarde fomos caminhando até a avenida onde eu pegava meu ônibus. Ele me pediu para ir comigo até o metrô, onde jantamos, conversamos muito, rimos muito... ele foi pegar a pizza do outro lado da praça de alimentação e lá de longe, ficou fazendo palhaçadas pra mexer comigo. Depois me pediu para me acompanhar até o terminal de ônibus. Foi quando a gente se beijou pela primeira vez, e o beijo parecia ser perfeito... foram duas ou três semanas de paixão total. A gente se encontrava depois do trabalho e eu sentava na poltroninha do seu apartamento. Ele se sentava no puff, bem na minha frente, e ficava só me olhando, sem dizer nada. Um dia me fez dançar com ele. A janela do apartamento estava aberta e eu ficava imaginando que se alguns dos nosso colegas que moravam lá perto poderiam nos ver, dançando Eagles. Eagles e Phill Collins. Foi quando eu perdi a pose de menina comportada e tirei toda a minha roupa ali na frente do cara e ele não quis me tocar, porque não queria me magoar... a gente sempre almoçava junto, ou jantava junto, ou almoçava junto no sábado ou no domingo. A gente sempre comia comida mineira, ele ia direto no São Paulo I, porque sabia que eu adorava. As vezes queria pagar a conta, mas eu não deixava. Eu me sentia péssima quando ele atendia suas ligações, à noite e um dia tive uma crise de choro. Ele me acalmou e disse que eu tinha ensinado ele voltar a ser uma criança. Nunca me esqueço daquele homem, daquele tamanho, chorando feito uma criança, dentro do Mosteiro São Bento, e de eu tentando consolá-lo, pegando sua mão. Ele dizia que nunca conseguira se abrir com ninguém como estava fazendo comigo.
Lembro do jeito como ele mordia os dedos. Das risadas que ele dava, do nada, de coisas que não tinham graça nenhuma (mas eu gostava mesmo assim). Dos sapinhos que ele me trazia. De como ele parava no meio da rua pra me encher de elogios me dizer que eu era isso ou aquilo. Lembro das mensagens no meio da madrugada, quando ele se sentia sozinho. Do cheiro de banho tomado. Do sabonete Protex Herbal "pra matar os bichinhos". De algumas crises de ciúmes. Das nossas andanças por São Paulo, no metrô. Da moça que quis dar lugar pra gente sentar junto e de como ele ficava sem graça porque as pessoas não tiravam os olhos da gente. Um dia ficou esperando o ônibus sair e escreveu "eu te amo" no papel, colocando em seguida contra a janela, pra eu ver. Outro dia escreveu a mesma coisa o espelho embaçado do banheiro. E o dia que ele começou a chorar, porque ficou emocionado quando descobriu que a gente usava o mesmo perfume. Ele gostava de usar uma camiseta da Nike, preta, e achou engraçado quando viu um cara usando a mesma roupa que ele. Gostava de correr no parque e tomar Gatorade. Eu nunca tirava as meias na frente dele, porque tinha complexo com meus pés e ele me ajudou a perder um pouco o tal complexo. Me deu um par de meias das meninas super poderosas. Me mandava vários cartões virtuais com declarações. Tudo parecia um sonho e eu vivia repetindo pra ele que eu iria com ele pra onde ele fosse. Em qualquer lugar do planeta. Ele ficava escutando, pensativo. Um dia me perguntou se era verdade. Nunca me disse com clareza sobre seus planos, só que queria ficar, queria ficar, queria ficar. E vagamente, eu era um dos motivos. Mas não era o motivo maior. Tinha alguma coisa muito forte, que pulsava nele, e que fazia com que ele quisesse muito ficar por aqui. Eu torcia muito para que o seu desejo (que eu achei que fosse nosso) se concretizasse. Até que ele começou a viajar muito e a gente parou de se ver. Foi viajar para o sul e quando voltou, apareceu na frente da minha casa, terminando comigo.
Depois de muito tempo, eu descobri sozinha o que aconteceu. Sozinha e pela boca de outras pessoas. Descobri alimentando o que os outros chamavam de "paranóia". Mas não era paranóia, eu estava certa. E doeu, porque eu o via todos os dias, e ele passava por mim nos corredores como se nada tivesse acontecido. Várias vezes eu tive que ir pro banheiro enxugar o rosto ou arrumar a maquiagem. Várias vezes eu quis sair de lá. Várias vezes eu o odiei e parei de olhar no seu rosto, nos seus olhos e de lhe dirigir a palavra. De vez em quando percebo que isto o incomoda. Me incomoda um pouco, parcialmente. Não porque meus sonhos não foram realizados. Na verdade foram. Eu precisava viver uma história destas. Não sei se os poucos momentos que a gente viveu foram verdadeiros, mas basta que tenham sido pra mim. O que me incomoda é que eu perdi um amigo e a escolha não foi minha. Ele nunca quis conversar comigo sobre o que aconteceu, nunca demonstrou consideração nenhuma.
No dia do seu aniversário, antes de eu descobrir o que aconteceu e com quem ele estava, eu lhe mandei um presente. Pedi que entregassem no flat onde morava. Só que quem abriu ou recebeu o presente não foi ele. Sem saber, eu quase acabei com seu relacionamento. No dia seguinte ele nem me olhou na cara. Eu tava super ansiosa, achando que meu presente ia conseguir sensibiliza-lo de alguma forma, mas quando cruzei com ele na escadaria do prédio, ele passou por mim sem me olhar na cara. Daí eu fui juntando as pecinhas e hoje o quebra-cabeças está completo.
Durante muito tempo isto me magoou muito e marcou muito meus dias. Até que algo aconteceu, e que "curou" a minha ferida. Aos poucos ela foi cicatrizando, até não existir mais. Hoje, exatamente hoje, eu tenho certeza de que a nossa vida é feita de ciclos. E que este ciclo, se fechou. Sem deixar frestas nem rastros, nem feridas. Só lembranças boas, de um menino que nunca deixou de existir e que ainda está tentando se encontrar.
E eu acho que Celine está certa. Ninguém é substituível. O japinha se afastou, depois o moço dos girassóis. Eu aprendi muitas coisas com eles e me lembro dos dois com carinho.
Depois que o avalanche passou, eu estou tentando crescer e me preparar para um relacionamento de verdade. Onde a gente se fale durante o dia, e mande mensagens de texto. Faça planos para o final de semana. Andemos de mãos dadas pelo parque, ou pela rua. Façamos passeios, participemos das decisões um do outro. Que fiquemos perto quando estivermos precisando um do outro. Um relacionamento com diálogos, doações, aprendizados e amor! Tento não ficar ansiosa e pensar em como vai acontecer, se eu não sou uma baladeira de plantão e se não tenho vida social. E tento entender porque uma mulher como eu está sozinha, tendo tudo o que um homem procura: sou independente, inteligente, bonita, carinhosa, doce e compreensiva. Eu sei que o homem que estiver ao meu lado será feliz, porque sou muito companheira e amiga. Com o tempo me tornei menos exigente. Eu já namorei um riquinho que pedia dinheiro para o pai para me levar para sair. Trinta e cinco anos nas costas. Nenhum respeito. Já fiquei com um cara viajado e culto, mas imaturo e inconsistente. Agora, naturalmente, sem forçar e sem deixar de ser sincera, eu só espero que ele seja trabalhador, que ele seja inteligente, carinhoso, amigo e honesto. Confio que os meus olhos vão me dizer quando encontrar este cara e que o meu coração também, e de uma maneira diferente: tranquila. Confio que quando eu ver o sorriso do carinha eu vou sentir se é ele o carinha que eu estou procurando.
Talvez isto já esteja acontecendo e pela primeira vez na vida eu estou falando por mim; Pela primeira vez o meu coração me deixou falar, ou, se calou. Deve ser bom sinal. Vai ver que ele concorda comigo.
I´m happy.

terça-feira, junho 13, 2006

"não tenho nada na cabeça, a não ser o céu... não tenho nada por sapato, a não ser o passo"

A cada quatro anos eu preciso consultar meu cardiologista. Meus santos. Anjos. Orixás. Guardiões e elfos. Tudo aquilo em que acredito ou que ao menos sombreie a minha imaginação, porque na hora do aperto, todas as personagens dos contos de fadas e dos mitos estão lá, juntas, no grande sofá do Jardim dos Vagalumes, torcendo e vibrando e chorando... e morrendo...
A cada quatro anos eu tenho certeza de que está (quase) tudo bem com este coração que às vezes é novo e às vezes envelhece um pouquinho, até rejuvenescer em seguida, quando canta, quando vibra, quando morre e quando renasce.
A cada quatro anos eu avanço em idade e maturidade, ou retrocedo em juventude. Eu saquei isso há quatro anos atrás, quando o Brasil, com dois jogadores à menos em campo, ganhou da Inglaterra, com um belo gol do Ronaldinho. Cara, aprendi tanto com aquele jogo! Eu achei que não conseguisse trocar de marchas nas aulas de volante, e o Brasil conseguiu ganhar aquela partida... tantas vezes desisto e me envergonho um segundo depois, quando me lembro que havia várias desculpas que aqueles nove jogadores teriam na ponta da língua pra amarelar, mas ao invés disso... ah... ao invés disso eles colocaram o coração nos pés e a bola na rede. E ganharam aquela partida.
E pelo menos há cada quatro anos eu me orgulho do meu país. Este país tão sofrido e tão atrapalhado, cheio de colarinhos e frangalhos. Onde um sujeito que rouba um pedaço de árvore protegida pelo Ibama vai pra cadeia e uma mocinha que mata o papai e a mamãe está curtindo o sol visto da janela de alguma sacada ali pelos Jardins. Mas eu me orgulho, viu. O país do menino dos pés descalços, que dá duro desde cedo, que conta os trocadinhos pra comprar pão e passa por baixo no busão até pelo menos uns quinze anos de idade. Depois ele começa a crescer, esticar, e andar pra cima e pra baixo com a bola na mão, procurando a turma pra brincar. Ele ali no campo de areia esquece das imagens que vê durante o dia, da novela da falta de dinheiro, de comida, da mãe que apanha, dos irmãos que fogem de casa ou se perdem entre as guerras de uma das duas tribos. Ali no campo de areia, ele suja os pés e vira só um moleque, brincando com a bola com a experiência de uma parteira, e com a graça de um malandro vestido de branco e dançando na ponta dos pés. Ali ele curte e sorri seu sorriso largo e marmota. E num segundo, vê ali pra frente, uma ponta do futuro, uma imagem, um sonho, uma miragem. Alguém lhe pergunta o que houve. Nada, velho, ele responde. Pensei que vi um negócio, mas nada não.
Era a taça, a bandeira, a fé e a graça que ele via.

domingo, junho 11, 2006

Cenas Urbanas

Já faz tempo que eu preciso escrever sobre isso. Sabe, um dia um cara me perguntou o que eu diria se eu encontrasse com Deus. Eu respondi, com toda a educação, que eu converso com Deus, todos os dias. Mas esta semana eu cheguei à conclusão de que se Deus se materializasse na minha frente, eu lhe faria uma pergunta, olhando nos olhos, que eu realmente gostaria de saber... gostaria que Ele me convencesse da explicação para isso.
_ Por quê têm que existir pessoas que dormem na rua? Que não têm ninguém no mundo? Porque eu durmo em uma cama quente, com cobertores, com leite quente, com conforto e segurança, enquanto pessoas dormem sobre o chão frio de concreto?
Eu sinceramente não faço idéia do que Ele me responderia.
Eu não sei direito porque gosto tanto dos caminhos mais difíceis, mas o fato é que eu adoro voltar do trabalho via Hospital das Clínicas. Pego um ônibus na Av. Ibirapuera até o HC, e lá eu pego um ônibus que vai até a minha rua, mas eu preciso andar um pouco.
Enquanto eu fico esperando o Lauzane passar, na Av. Dr Arnaldo, em frente às bancas de flores (que eu adoro ficar olhando e se pudesse compraria várias), observo um senhor que fica sentado no ponto. Me chamou a atenção o fato de eu saber que ele estava totalmente lúcido, ali. É um senhor de barbas grisalhas e pele negra. E fica olhando para o chão, e seu olhar é lúcido, não é um olhar de uma pessoa embriagada - pelo álcool ou pela loucura. Ele não vai me incomodar e não me põe medo. Juro. Seus olhos demonstram resignação e tristeza - ah, e solidão. Muita solidão. Eu sinto vontade de sentar ao lado dele e começar a falar alguma coisa. De lhe dar outro cobertor e um colchão, porque ele vai pendendo para o lado enquanto pega no sono. Sinto até vergonha de subir no ônibus. Eu queria poder ao menos descobrir a fórmula de como acabar com a solidão das pessoas. É aquela velha história, fodidos todos nós estamos, mas se ao menos pudermos dar algumas risadas - juntos - tudo fica mais leve e a gente quase consegue esquecer do resto.
E eu me fiz esta pergunta... Papai do Céu, porquê???
***
Cada dia que passa, me convenço de que preciso tomar uma das seguintes atitudes: andar com minha câmera digital (velha e ferrada) na bolsa, ou fazer uma pequena dívida e comprar uma câmerazinha decente... porque existem coisas, minha gente, que não adianta a Melissa correr para seu blog e registrar. Por mais eficiente que ela seja, ela não vai conseguir captar a "poesia das imagens" (parece frase-feita, mas forjem: é a primeira vez que estão lendo esta expressão de poesia das imagens).
A não ser que a poesia esteja nos meus olhos e não nas imagens, hahahaha... quer dizer, eu mostro para vocês e vocês olham e tal e revidam: sim, e? Como sim, e???? O homem está puxando um carro de mão, repleto de coisaradas e tralhas. O homem é uma figura, usa uma boina e seus cabelos batem no ombro (meio rastafari, mas o cara é branco). E sobre o carrinho, lá no alto das coisaradas, das tralhas todas, lá está ele: posudo, grande, sarcástico, sim, sarcástico: um cachorro. Bonito. Dá vontade de roubar pra mim. Todo limpinho, parece mesmo um rei. E bem no alto, observando a rua, sem medo de cair. Entre o homem que puxa e ele, uma quase-cumplicidade. Ele sabe que não vai cair de lá de cima e o homem puxa o carrinho como se estivesse balançando um berço.
O homem que puxa o carrinho e o vira-latas. O homem acorda todas as manhãs e a primeira coisa que faz (seja lá onde for que ele acorda) é lavar o seu cãozinho e lhe escovar os pêlos dourados. O cãozinho (seja lá qual for seu nome) está acostumado a ser tratado à pão de ló.
Imaginem um desfile, destes de 15 de Novembro. É este o cerimonial, o ritmo, a pose, a imagem. Só que ao invés de pompa, é simplicidade. Ao invés de vários, somente um homem. Ao invés de adornos, somente um carrinho. Ao invés de aplausos, somente um cachorro.
***

E teve o dia que eu estava indo para o teatro, o Macunaíma. Eu adoro o centro. As casas são antigas, os prédios. O ar é meio aristotélico, meio simples. A feirinha no final de semana, as velhinhas andando pelo bairro com seus carrinhos de feira e os restaurantes servindo frango-assado. Nada me escapa. Eu andando tranquilamente, indo encontrar meus amigos na escola (ex-escola), escutando música. Ali na frente tem alguém jogado na calçada. Eu não sei direito se o cara está vivo e não vejo seu rosto. Mais adianta, vem vindo uma dona. Destas que não olham pro lado. Conduzida por seu poodle. O poodle percebe "algo" atrapalhando a passagem, na calçada. O poodle pára e cheira o homem (ou o que resta dele). A dona o observa e espera, como se estivesse esperando uma criança aprender a dar seus primeiro passinhos. Observa com paciência e doçura no olhar. Ela ama seu cachorro, ele é a razão da sua vida. O cachorro levanta a perninha e faz xixi sobre o homem, que não reage.

Melissa continua seu caminho, já não escutando nem música, nem nada.

***

Não sejamos a dona, nem o poodle. Nem o homem. Nem a Melissa, se a Melissa continuar vivendo vestindo sua pose de voyeur, tendo tanta capacidade e vontade de agir e ...

...passando reto.

sexta-feira, junho 09, 2006

o amor é lindo!

Meu humor e minha expressão reativa ao últimos acontecimentos:
- estou vestida de rosa bebê!!!
***
A moça do horóscopo disse ontem que o pisciano precisa dialogar mais com a pessoa amada. Voltei do almoço. Ficamos conversando um tempão... e ele me contou tudo sobre a vida dele. E eu descobri que apesar do que parece, somos muito parecidos em natureza e princípios... e eu não sei como todo mundo não percebeu que eu estava ali me derretendo, porque a Mel é totalmente transparente e seus olhos são espelhos...
E ele me disse que tem um monte de barzinhos legais em tal lugar. Em vez de Mel morder a isca e já jogar logo um "me leva?", não. Mel fica quieta. Mel precisa ajudá-lo, porque ele é tímido. Mel também é.
A moça do horóscopo disse hoje de manhã que o pisciano precisa demonstrar seus sentimentos à pessoa amada.
Mel está apaixonada e é diferente. Não dá vontade de tirar a roupa, não dá vontade de se jogar da Ponte dos Remédios, nem de mandar fazer uma faixa *(eu já escrevi isso antes)*. Só dá vontade de ficar perto dele...
*****ai, ai******...

o amor é lindo!

Meu humor e minha expressão reativa ao últimos acontecimentos:
- estou vestida de rosa bebê!!!
***
A moça do horóscopo disse ontem que o pisciano precisa dialogar mais com a pessoa amada. Voltei do almoço. Ficamos conversando um tempão... e ele me contou tudo sobre a vida dele. E eu descobri que apesar do que parece, somos muito parecidos em natureza e princípios... e eu não sei como todo mundo não percebeu que eu estava ali me derretendo, porque a Mel é totalmente transparente e seus olhos são espelhos...
E ele me disse que tem um monte de barzinhos legais em tal lugar. Em vez de Mel morder a isca e já jogar logo um "me leva?", não. Mel fica quieta. Mel precisa ajudá-lo, porque ele é tímido. Mel também é.
A moça do horóscopo disse hoje de manhã que o pisciano precisa demonstrar seus sentimentos à pessoa amada.
Mel está apaixonada e é diferente. Não dá vontade de tirar a roupa, não dá vontade de se jogar da Ponte dos Remédios, nem de mandar fazer uma faixa *(eu já escrevi isso antes)*. Só dá vontade de ficar perto dele...
*****ai, ai******...

terça-feira, junho 06, 2006

Fechem os jornais e desliguem a TV.

Não há como fugir da idéia um tanto Cristã de "dar a vida pelos irmãos", quando se quer fazer o que deve ser feito. Acho que aquele jornalista que foi assassinado (Tim Lopes) sabia das conseqüências do que se propôs a fazer desde o princípio, assim como aquela missionária, assim como o próprio Cristo. É que hoje em dia as coisas só entram nos eixos quando tudo chega no limite, quando a chaleira ferve, quando a panela de pressão estoura, quando o vulcão explode. E eu tive vontade de ser uma advogada criminal (eu tenho muitas vontades). Porque eu sou tinhosa e sempre consigo o que eu quero, pode demorar, mas eu sempre consigo, e acredito que Deus e o universo conspiram ao meu favor, quando minha vontade é justa (e geralmente minha vontade não diz respeito ao meu umbigo). Eu jamais entraria num plenário para perder uma causa, se dependesse da minha inteligência, da minha dedicação (dias, noites, madrugadas) e dos meus argumentos. Sei que depende em parte da consciência das pessoas e as pessoas estão cada vez mais estranhas... mas no que dependesse de mim... eu me garantiria.
Se eu fosse uma advogada de defesa, meu papel jamais seria brigar pela absolvição, mas pela "reeducação" (há quem seja chamado de "romântico" por acreditar que isso seja possível, e eu então sou a última dos românticos), ou pela atenuação da pena. Mas jamais pela inocência, jamais dando falso testemunho jurando inocência onde (supostamente) não existe.
Eu lutaria até o fim, até perder as minhas forças para que as coisas mudem. Para que haja o fim da impunidade, da hipocrisia, da compra de privilégios, a mudança na legislação, a revisão das leis. Eu sou Cristã, acredito no ser humano, desafio meus medos e minha indignação. Quero que esta menina (que está sendo julgada) pague pelo ato que cometeu, assim como os outros envolvidos. Óbvio que eu riria se amanhã ela sorrisse diante das câmeras, dizendo que se converteu e que Jesus a salvou. Eu não sei como, existem pessoas e existem bichos (como é o caso), e eu aposto nas pessoas.
Só que eu provavelmente morreria assassinada (porque não ficaria quieta) ou infartada (porque se ler a respeito do julgamento desta menina e do processo me faz passar mal, imagina fazer parte dele). Ontem ao acompanhar o andamento do julgamento, pela internet, e ao saber do desfecho de tudo, comecei a sentir falta de ar (sempre acontece quando eu fico nervosa).
Saí e não fui pra casa. Fui ver uma amiga, que me faz sentir bem e que me entende. Esquecer um pouco da vida, deste mundo que eu não entendo, e que sinceramente não sei que futuro terá.
Tudo isso pra dizer que se eu abraçasse esta causa, estaria assinando minha sentença de morte.

sábado, junho 03, 2006

Mel Má.

Porque fazemos planos e não conseguimos colocá-los em prática? Putz! O que atrasa a nossa vida é dormir, dormir, dormir. E entrar no cheque especial, também. Se puderem, recusem. Afastem-se do cheque especial.

Hoje eu levantei tarde (mas em comparação com os outros dias, super cedo...) e ontem fiz vários planos. Queria ir no Museu da Palavra, queria ver Edgar Degas no Masp, queria assistir X Men e Terapia do Amor (por causa da Meryl Streep, eu adoro o jeito como ela interpreta), e queria ver uma peça. Ontem também queria. Queria participar da reunião do Movimento Humanista, para definir ações para uma escola pública. Queria, queria, queria.

Estou começando a me revoltar, o que é bom. Este é o ponto, entende?

A crise é o ponto.

(o que significa que eu estou em crise, embora ninguém perceba e há quem se divirta depois de ler isto, né Pólinho?)

***

Premonição. Tive mais uma esta semana e foi foda. Depois que eu soube comecei a chorar feito criança. Ai, isso é meio dolorido e só acontece com pessoas que eu tenho ligação forte.

O que aconteceu? Escrevi no msn a frase, o nick. E depois, mais tarde, aconteceu.

***
O homem tosquices. Como a vida dá voltas... é assustador a verdade que existe nisso que achamos ser um mero jargão...

***

A trilha sonora desta semana:

"como poderei viver... como poderei viver, sem a sua, sem a sua, sem a sua companhia..."

"um amor puro... que não sabe a força que tem... meu amor eu juro ser seu e de mais ninguém"...

"Sometimes I run
Sometimes I hide
sometimes I'm scared of you
But all I really want is to hold you tight
Treat you right, be with you day and night
baby all I need is time"

heartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartsheartshearts

***

Novidades do mundo dos negócios.

* as moças sairam pra almoçar às 13hoo e voltaram às 14h30. Não serei complacente no meu julgamento, porque é sempre assim.
* eu estou com ciúmes da ... (mas isso é básico...)
* limparam a "laje" do hotel.
* Mostrei o "Trash" pra minha chefe e ele adorou.
* Descobrimos a mente primeiro-mundo que joga o papel no vaso sanitário. E explicação: o papel se desintegra, e é mais higiênico. Só um aviso... o Brasil não é um país de primeiro-mundo, e este procedimento causa entupimentos (e revoltas).
* As detetives: uma das mocinhas da limpeza (Jô) e eu.
* Eu irritada, um festival de patadas, que vergonha. Nunca mais farei isso na minha vida. Mas é que as pessoas são muito folgadas e eu odeio gente folgada!!!!!!!! Pô! A plaquinha de indicação de reserva da sala de reunião não vale mais nada! Além de não surtir efeito (porque roubam a sala), as pessoas não enxergam o que está escrito e vem me perguntar qual a sala que foi reservada.

... eu sou a terceira geração (aproximadamente) da linhagem "tolerância zero". Sinto esta tendência muito fresca em mim. Quero mudar, meu Deus. Quero mudar...