quinta-feira, março 29, 2007

O que faz você feliz?

Um dia de sol um banco vazio no metrô um bom livro ou um bom filme doces e chocolates pessoas inspiradoras um belo sorriso um olhar que transmite serenidade o mar a noite fresquinha olhas estrelas escutar o barulho das ondas mexer na terra mexer nas fotos ou nos objetos antigos comprar roupas que tenham a minha cara escutar bossa nova coldplay ou U2 comer purê de batata beijar na boca abraçar abraçar abraçar ganhar carinho e mimar muito quem eu amo estar perto dos meus pais e reparar nas suas pequenas manias e qualidades ir à missa rezar ter um momento de sossego estar perto de amigos e pessoas que eu sei que poderei confiar conquistas e realizações quando eu escrevo um texto muito legal ou quando eu escuto qualquer música da suíte do quebra-nozes ou quando eu assisto uma peça de teatro ou um filme fazer o bem à alguém superar desafios e descobrir que eu sou capaz de muito mais coisas do que eu descobri aprender e aprender e aprender dormir dormir dormir ver o sorriso de uma criança ou ver um cachorro na rua ou em qualquer lugar observar os gatos jogar bejeweled na internet ser sexta - feira vestir calça jeans ou tênis viajar visitar a minha madrinha lembrar da minha avó acordar tarde no sábado um tempinho de paz e silêncio ser católica ser meiga e ser amiga ganhar elogios agradar aos outros ser amiga das pessoas escutar o coral cantar ter idéias ser inteligente arriscar sonhar querer desejar rezar dançar descobrir sorrir chorar rir gostar amar estudar participar planejar ser quem eu sou e estar onde estou e ao lado de quem estou tudo isso e mais um montão de coisas me fazem feliz.

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quarta-feira, março 28, 2007

Em outras palavras...

Eu fechei as janelas e as portas. E vou ficar por um bom tempo aqui onde é quente e seguro, porque lá fora está frio demais ou calor demais. As temperaturas são sempre extremas. Na realidade o que mudou foi que eu não quero mais sofrer. Sempre saio despreparada, disposta a sentir na carne o calor, ardendo na pele, ou o frio frio frio. Só que eu cansei... e agora eu quero estar onde é confortável, onde é seguro e onde eu não perco as estribeiras.
Quanto tenho perdido a linha, sido alguém que eu não sou nem de longe. Tudo por causa desta coisinha que a gente adora dizer que adora, esta palavrinha que a gente fala da boca pra fora, chamada paixão. Eu sempre quis que esta palavra estivesse presente em todos os aspectos da minha vida, especialmente nos relacionamentos. E o resultado são sempre os mesmos: queimaduras em terceiro grau. Hipotermia emocional. Acabo, pois, trancada à sete chaves...
Eu quero que a vida arda na minha pele, quero sim. Mas só a vida, tá? Esta coisa de paixão já me cansou por demais aqui na esquina do coração. Sério mesmo, estou cansada de paixões, de fogo, de falta de juízo, de falta de equilíbrio, de falta de mim. Estou cansada de chorar, de sofrer, de não medir conseqüências, de desmedir as coisas. Juro que cansei. Tirei meu coração de campo, ele está pedindo um tempo. Já sofreu demais, o pobrezinho. Agora ele quer crescer e ficar gente grande: aprender a amar de verdade. Ele sabe que existe um lugar que é seguro e que é quente, onde não haverão tempestades e nem dias quentes demais.

terça-feira, março 27, 2007

pulgas

"no dark sarcasm in the classroom"
Estou morrendo de uma coisa perto do ódio. E vejo o rosto do *&%#@, e me lembro do Frankstein. Palhaço!!! Ele opta pela maneira mais *fácil* e mais *vagal* de dar aulas em dez dias, não passando sequer três linhas de matéria na lousa, e depois quer dar uma de gostoso na hora da avaliação!!! Ah... mas vai chegar aquele instantinho chamado: "avaliação". Ah se vai.
Babaca. Aluno preguiçoso a gente até entende. Agora professor preguiçoso é o fim dos tempos. E vocês não acreditariam se vissem a risadinha dele de frankstein, eu estou falando sério!!! Ele é sádico!!! Ele gosta de ver o circo pegar fogo e quando o aluno arregala os olhos, ele solta aquela risada insuportável como quem diz: "te peguei".
Em suma. O cara é doente.
***
"You may say I'm a dreamer: but I'm not the only one"
Mas pra compensar estes dias de cão, existem os dias de glória. Como o meu curso é bimestral, a cada dois meses trocamos de turma, e eu acho isso ótimo, porque assim eu acabo conhecendo um montão de gente nova e fazendo um montão de amizades. E ontem tive aula de Psicologia (de novo nããão.......). Explicando: eu fiz 40 horas, e este curso demanda 80 h/a. Mas resolvi encarar, porque se eu for parar pra analisar, aula, aula, mesmo, de psicologia, eu nunca tive hahahahaha. O professor é um romântico, percebi logo de cara. Comprovado quando ele colocou o Lago dos Cisnes para tocar enquanto nós falámos. Um mini-seminário de improviso. Amei porque fui parar num grupo só de meninos, e fui escolhida para ser a porta - voz (sem voz, porque estou rouca). Nós precisavamos apontar tendências para os próximos cinco anos, em todas as áreas, no mundo. Como o nosso grupo era o da "água" [signos da água], um grupo de pessoinhas sonhadoras, idealistas e românticas, é claro que nossas visões foram as mais otimistas possíveis, e eu juro por tudo o que é mais sagrado que eu acredito em tudo o que escrevi e sublinhei de rosa.
***
Fui assistir um filme, na verdade - rever o filme - porque eu já o assisti zilhões de vezes (O Jardim Secreto). Em uma das cenas, um flashback, onde a personagem tem um sonho: ela, menorzinha, bem bebê, no meio do jardim - e sua mãe chamando. De repente a mãe some, e a criança começa a chorar. Fico pensando como fizeram para fazer a cena. A menina (do sonho) tinha um ano, um ano e alguns meses. Se fosse um bebê de colo, é só ficar esperando um pouquinho, porque bebês choram pra tudo. E no momento oportuno, gravar a cena. Mas quando se trata de uma criança maior, que já tem a percepção das coisas e que precisa de estímulos, você - justamente - precisa dar um estímulo para a criança chorar, e você poder gravar a cena.
E este estímulo, na minha opinião, em uma criança que já tem a percepção das coisas, significa machucar a criança. E é por isso que eu sou contra usar crianças determinadas cenas, em novelas, filmes, comerciais, etc.
Vocês entendem o que eu quero dizer? Aquela menininha do filme não estava interpretando, ali. E ela estava super sentida, chorando machucado. Foi preciso "machucar" a criança, para que a cena pudesse dar certo. Seus vampiros!!!
Vam-pi-ros.
***
Feliz:
- com o trabalho que meus amigos da igreja e eu estamos fazendo (a encenação da Paixão de Cristo) e com a interação e amizade com o Pe. Mauro
- com o FSJC que finalmente ganhou um espaço...
- com a paz que eu estou sentindo no meu coração
- com a bolacha passatempo que eu acabei de comer
- em saber que existem pessoas tão especiais por perto!
***
Love songs are back again: [na cabeça]
"eu pensei: a vida não prestaaaaa...
...ele não gosta de mim [biquinho]"

segunda-feira, março 26, 2007

Amor sem fronteiras

"Sempre gostei de trabalho voluntário, de levar a medicina a quem precisa mais, sem ter de ficar perguntando se tem convênio ou não. "

Alexandre Charão , médico cirurgiao - plástico, brasileiro, 33 anos. Participou do projeto Médico Sem Fronteiras, por dois anos.

O que faz uma calça jeans...

Como eu senti sua falta, blog (!). Ficar sem internet é difícil... eu queria dizer algumas coisas que eu senti este final de semana. Porque eu consegui comprar o filme que eu adoro. Sabe, eu adoro filmes despretensiosos, porque quase sempre eles acabam por ser mais "doloridos" do que aqueles que pretendem alguma coisa. Até porque, pretender, não significa necessariamente conseguir. O filme se chama "Quatro amigas e um jeans viajante". Eu me lembro que ri, quando o vi pela primeira vez, no quarto da minha irmã. Um sábado preguiçoso. Acabei chorando, entende? É que o filme é tão leve, tão leve, que acaba por pesar dentro de nossas alminhas.
E - revendo-o - eu me entristeci um bocadinho. Eu tenho muitos amigos e muitas amigas que eu sei que posso contar, mas sinto falta desta "irmandade", esta amiga de deitar a cabeça no colo, de tirar a roupa na frente, de dividir uma calça jeans, de dormir em casa. De chorar. De rir, espernear e dividir loucuras.
Existe um distanciamento entre minhas grandes amigas e eu, sempre existiu. Elas sempre foram discretas ou tímidas demais, e quando eu dou meu característico longo abraço elas apenas dão toquinhos leves nas minhas costas como quem diz "chega, né?". São do tipo que se trocam no banheiro, têm uma elegância que não se deixa passar dos limites. Nem rir demais, nem chorar demais, nem se arriscar.
Houve, mas a vida nos separou, ela foi pra um lado e eu tô indo pra outro. E eu revi o filminho e agora eu sinto falta deste colo, desta amiga com a qual não exista pudores e nem elegâncias. Amiga de colo, de passar dos limites, de riscos, de carinho. Irmandade. Uma amiga que reserve um tempo pra mim! Assim como o tempo que eu tenho reservado para estes meus amigos todos...

sexta-feira, março 23, 2007

tudo sobre mim

Estou lendo:
"A menina que roubava livros" - Markus Zusak

Estou ouvindo:
A trilha sonora the "Save the last dance"

Estou pensando:
Que eu preciso achar tempo pra escrever...
Que eu sinto saudades do babysauro.
Que eu fico muito triste quando as pessoas me interpretam mal.
Que as vezes dá muita vontade de largar tudo e se enviar no meio de flores, cachorros e livros.

quinta-feira, março 22, 2007

algumas certezas pra começar o dia...

Se você acorda de manhã e vê um cara limpando a orelha com o cotonete, em plena fila de ônibus, e depois, vê este mesmo cara jogando este mesmo cotonete no chão (da rua), você já começa o dia com duas certezas:
1. que você está morando no bairro errado
2. e talvez que você more no país errado.
E grátis, vem uma terceira certeza, sutil, porque você não tem coragem de admitir, que...
...(3): mede-se a educação de um povo nos pequenos atos do dia- a - dia. Logo... (eis a certeza).

segunda-feira, março 19, 2007

é importante dizer que...

Jornalismo transparente? Será que O Estado e outros principais jornais foram checar as informações antes de veicular que o Papa Bento XVI disse que o divórcio é uma "praga no ambiente social"?
Porque na realidade, a palavra "plaga" foi traduzida de forma errada. Para o português, ela deveria ter sido traduzida como "ferida, chaga", e não "praga". Assim como o verbo "to pretend", em inglês, não quer dizer "pretender", mas"fingir". O jornal do SBT, de Carlos Nascimento, preocupou-se em correr atrás dos fatos antes de veiculá-los e deu a notícia de forma correta. Os outros não.
Eu já havia ouvido, na homilia do Padre Mauro, na missa do sábado. Ele foi até o site conferir e ler na íntegra o texto, em latim. Notou a ambigüidade da palavra. Quando cheguei em casa, eu fiz a mesma coisa e descobri por mim mesma. É o que os jornalistas deveriam ter feito, não?
Ah. Eu não estou defendendo o catolicismo, aqui, mas a verdade.
***
The Clock.
Rock anos 50 e 60 - rockabilly (devo ter escrito errado)
Pontos positivos:
- o lugar é charmosíssimo!
- você se sente na época certa!
- você pode ir à caráter!!
- você aprende a dançar! (os caras ensinam os passos)
- e se ficar difícil, tem alunos e professores espalhados, pra te ensinar!
- você baba vendo os bons dançarinos no meio da pista
- você chora porque as músicas são lindas e tudo de bom
- você se empolga
- você não consegue ficar sentado (a)
- as pessoas não ficam bêbadas, porque o objetivo nem é esse
- o banheiro é LIMPO!
- todo mundo se conhece, se dá bem e se ajuda
- ninguém fica competindo
- o clima é superbom
- a batata frita é uma delícia
- a equipe se veste à caráter também
- a banda é ótima
- aniversariantes ganham cd's
Pontos negativos:
- metade dos meus amigos não receberam a confirmação do cadastro, e não tiveram o desconto.
- o chopp [pra quem gosta] é caro [e só tem Erdinger]
***
Depois eu posto as fotos!!!

sábado, março 17, 2007

tocando em frente que nada!!!!

Acordei tarde, mas cedo perto dos outros sábados. Era o papai no telefone. Meu aniversário. Ele volta na segunda. Um mosquito me picou. Tomei iogurte batido. Meu amigo vai me dar carona. Eu preciso achar uma partitura de um musical, mas não sei por onde começar. Bom, dizer que na internet não tem já é um bom começo. Nem sei se ainda quero isso. E se não quero. A Mi ligou. Vai ser no The Clock. Lá o chão é branco e preto. Eu preciso de amigos. Estou com medo de ser mandada embora (andei fazendo umas cagadas). Todo mundo faz cagada. Ah, eu ganhei um dicionário de presente, do meu english teacher. Tivemos aula ontem. The twims of the Siam. Did you know that? Ele é querido, adoro suas aulas. Queria visitar minha avó. Estou com dor de garganta. Quanto tempo será que é o retiro de amanhã? Por que será que eu vivo me escondendo e fugindo das coisas? Não vejo a hora de chegar a Páscoa. Mas dá um frio na barriga... eu preciso fazer tantas coisas. Eu preciso dar um jeito no meu quarto. Preciso encontrar o carregador do meu celular. Preciso jogar aquela papelada fora. Não achei o livro sobre endomarketing. Preciso ler os cinco livros que estão na fila. Preciso pagar a multa do livro, na biblioteca da faculdade. Eu preciso ir almoçar, daqui a pouco e na realidade eu precisava sair. Hoje é meu aniversário e às 16h eu vou ficar mais velha. Eu preciso párar pra pensar nisso. Ou não, né. O bom de tudo é que a gente vai levando. Quer saber? Eu tô cansada desta história de ir levando!!!

quarta-feira, março 14, 2007

teatro e religião

Quando se trata de qualquer manifestação artística, eu não gosto de falar em regras. Isto porque, se eu tomar o exemplo do teatro, eu acredito que todos nós temos a capacidade de interpretar. O que acontece é que ela precisa ser desenvolvida, assim como a sensibilidade de cada um. O grupo de teatro do Santa é mais do que a prova viva disso... é praticamente uma prova sagrada que comprova a minha teoria!
Mas em se tratando de regras... é curioso perceber que o teatro e a minha religião (católica), têm uma coisa primordial em comum! Sem este pequenino detalhe, ambos não podem existir. Eu estou falando da fé.
Vamos iniciar os ensaios para a Paixão de Cristo. Será importante... porque é o marco de uma fase delicada da nossa paróquia, onde os motores precisam ser aquecidos novamente, depois de tanto tempo "parados". É nosso reencontro. É nosso respirar novamente, depois de uma queda, querendo renascer. E pela primeira vez na história do grupo de jovens do Santa Terezinha, *todo o grupo* se reúne e se dedica em um trabalho. Outro fator que torna o projeto e a montagem importante, é o fato de que será encenado pela primeira vez na praça em frente à igreja e dirigido pelo padre Mauro, novo pároco que acaba de se juntar à nós.
São pessoas que contam com o meu trabalho de atriz, de escritora e contam com a (pouca) experiência que eu tenho. Eu faço com amor e com paixão. Mas a única coisa que eu diria, se tivesse que escolher uma palavra de orientação, seria...
...fé.
Acreditemos, pois, com todas as nossas forças, em tudo aquilo que sai do nosso coração e da nossa boca.

segunda-feira, março 12, 2007

A palavra é: generosidade

Sempre estive na posição de fazer tudo para todos. Desta vez, existiu quem fizesse tudo para todos... incluindo a mim. Me senti arredia. Eu queria participar e podia. Faltou confiança e talvez, mais participação, comunicação ou mesmo iniciativa. Ninguém tem culpa. As coisas são descobertas com o tempo. Mas estou escrevendo isso aqui, porque desta vez eu me vi no lugar de algumas pessoas do passado. Um pouco de diferença, sim. Mas este sentimento de impotência ou de desmerecimento, ou de não ter sido creditada... me fez me colocar em seus lugares [o passado]. Faltou a generosidade que era necessário para que as pessoas saíssem de seu mundo e de sua "zona de conforto". Faltou um voto de confiança, pra que as pessoas descubram seu potencial. Porque um dia, alguém fez isso por mim, e é por isso que hoje eu acredito no que eu sou capaz de fazer.
A vida é generosa, esta sim.
***
Anish Kapoor, artista indiano, chegou em São Paulo e foi convidado para expor uma de suas obras em pleno Vale do Anhangabaú. Quando chegou lá e montou sua obrinha, ao olhar em redor e perceber crianças que poderiam ter a idade de seus filhos, assustadas com a "monstruosidade desconhecida" - crianças cheirando cola e totalmente desfamiliarizadas com qualquer tipo de arte e sem qualquer acesso à cultura - o artista se chocou com uma realidade que lhe era até então desconhecida. "Estava trazendo uma coisa estranha para o lugar público, que, de certa forma, era deles. Me senti como um estrangeiro invadindo o seu espaço. Foi quando eu pensei em tentar fazer algo de bom. Se eu conseguir tirar pelo menos uma daquelas crianças da rua, já será maravilhoso", disse ele ao Estado de São Paulo nesta segunda-feira.
De sua sensibilização diante da realidade paulistana (onde meninos drogados já são parte do contexto), nasceu um projeto que acolhe os meninos e meninas de rua das imediações. Eles são chamados para participar de oficinas de arte no local da instalação do escultor.
Incomodado com este abismo social, o artista decidiu integrá-los à instalação e pediu ao curador que organizasse algo - o Projeto Ascenção, Arte para Elevar a Vida.
Kapoor se dispôs a doar a obra para a cidade, caso possa permanecer no local e seja dada continuidade às oficinas de arte. Já se conseguiu patrocínio de colecionadores de arte para bancar o custo do projeto. A prefeitura - que precisa se responsabilizar pelo aluguel do espaço - ainda estuda a proposta.
Enquanto isso, na Oca, do Parque do Ibirapuera, as megas exposições "Leonardo da Vinci - A exibição de um gênio" e "Corpo Humano: Real e Fascinante", patrocinados respectivamente pelo Banco Bradesco, a instituição de educação superior Anhembi Morumbi e a Amil, rolam, badaladíssimas, para quem puder pagar os R$30,00 da entrada em ambas.
Moral da História:
Otto Lara Rezende diz que nossos olhos estão "dormentes". Já não enxergam mais, não têm o frescor de quem vê as coisas pela primeira vez. O menino sujinho, de pés descalços e olhos vermelhos, a lata de cola, tudo isso já faz parte da paisagem paulistana. Foi preciso vir um cara lá da Índia pra que alguém os notasse, marginalizados e sem nenhum acesso à qualquer fonte de ressocialização. Foi um indiano que viu o brilho nos olhos dos meninos, por trás do vermelhidão ocasionado pelas drogas. E os monitores do projeto comemoram cada vez que um deles passa para o lado de dentro da oficina.
Claro... isso não é problema seu.

tá tudo bem, paizinho!

A mais linda e singela declaração de amor que eu já ouvi em toda a minha vida, veio do meu pai.

"Então fica assim." - disse ele, esta manhã.
"Fica assim o quê, pai?"
"Você é mais importante do que tudo. Mas eu não fui à festa de aniversário da sua irmã, então não vou à sua. Não quero magoá-la".

domingo, março 11, 2007

Proud Mel

Tem algumas coisas das quais me orgulho, só pra variar um pouco o clima de ultimamente. Primeiro, estive pensando e já escrevi aqui, do quanto eu me orgulho do meu país. Tupiniquim ou não, este povo - tido como tupiniquim - foi às ruas e eu já não preciso mais me preocupar com a geração Ipod - ela ainda está acordada. Ainda não se perdeu no mundo da alienação. E o Rei, há muito tempo, já avisou que pode vir quente, porque nós estamos - sim - fervendo. Não vamos entregar o nosso país ao "império generoso para com os pobres". De modo que eu fiquei muito feliz, porque achei que o Impeachment do Collor era a última vez que vimos os caras-pintadas nas ruas. Felizmente, eu estava errada. Só é triste ter que ver a PM conter as manifestações na Paulista. Conclusão: do motoboy ao jornalista, todo mundo conhece bem o rostinho "angelical" que o poder tem.
***
E aí eu fui hoje na reunião, na igreja. Estavam todos lá. Precisávamos definir os papéis e preparar tudo, porque vai rolar a encenação da Paixão de Cristo, e desta vez será na praça! Eu sempre quis fazer uma peça na praça!!! Foi decisão do padre, que é novo. Curti. A decisão e o padre!!!
Nós definimos tudo, papéis, adereços, figurinos, cenários, e onde será feito o quê. Todos nós, um trabalho belíssimo e feito em grupo.
Havia tempo que eu não sentia tanto prazer em um trabalho feito em grupo. E esta é mais uma coisa das quais eu me orgulho.
Eu amo aquele lugar!

momento cine privê

Na boa?
Sexo sem amor não dá. Tô fora.

quarta-feira, março 07, 2007

fim de festa

Bom dia, amigos
Ontem foi um dia horrível. Tive uma crise de ciúmes - e eu odeio ter crises de ciúmes, porque só Deus sabe o quanto é dolorido por dentro. Só que é mais forte do que eu, não consigo ficar quietinha e não reagir. Fui ao médico e quando voltei, devia ter ido à universidade, que é perto do escritório, mas não fui. Tava sem cabeça pra discutir sobre Sistemas Gerenciais de Informação (na realidade eu nunca vou ter cabeça pra falar sobre isso). Voltei para o escritório, para tentar estudar alguma bobajaiada sobre "desafios energéticos", coisa que eu já deveria estar sabendo, but no mind. Um amigo apareceu, e percebeu que eu não estava bem, O Ricardo. Me fez rir, ele sempre faz. Foi maravilhoso. Eu sempre entendo a essência do que ele diz, mas não necessariamente totalmente. Eu chorei em cima do teclado, foi patético. Devorei um pacote de bolachas sozinha. Fiquei sozinha no escritório e pela primeira vez pouco ligando para os fantasmas [eu geralmente tenho medo de ficar sozinha no escritório].
De-repente eu senti uma vontade louca de ficar bêbada, pela primeira vez na vida. Existem certos "amigos" que ficariam felizes em me ver assim [sempre torcem pra eu ficar bêbada, mas sou uma mulherzinha de classe e sem estômago pra bebida]. Pedi ao Rica que me pegasse de carro e me levasse para o lugar mais alto da cidade, depois de passarmos no supermercado para eu comprar umas quatro garrafinhas de Smirnoff Ice (pra mim, na realidade, bastam duas). Quero olhar a cidade de cima, quero ver as luzes, quero estar à parte. E quero ficar bêbada para soltar os bichos e esquecer, esquecer, esquecer. Ligar o foda-se, mesmo. Cansei de ser perfeita, de ter que ser perfeita o tempo todo. Não deu certo, já era muito tarde para o Rica ter que atravessar a cidade só pra dar suporte no sonho-pudim. Mas eu ainda quero esquecer...

segunda-feira, março 05, 2007

curiosidades proletárias

A coisa mais legal que existe na cidade de São Paulo é andar no ônibus - minhoca. Pra quem não sabe, o ônibus-minhoca é aquele ônibus sanfonado. E pra quem nunca viu, existe um que é uma verdadeira centopéia, feito de três partes (e duas sanfonas). Ele balança e balança e balança... e minha gente, o negócio é enorme!!! Eu me sinto dentro da barriga de uma cobra. Às vezes você consegue ficar do lado do motorista, quando o ônibus dobra.
Se você quer perguntar ao cobrador em que ponto deve descer pra ir em tal lugar, corre o risco de chegar lá na frente o já ter perdido o ponto [por causa da peregrinação].
Se precisa gritar o clássico "vai desceeeeeer", já deve saber que tem que gritar meeeeeesmo!!! Senão além de o motorista simplesmente não escutar ruído, você paga um mico dos piores porque vai todo mundo rir da sua cara quando ele passar com tudo pelo seu ponto!!!!
***
Em contrapartida... eu não recomendo os urbaninhos. Horríveis de fedidos. As pessoas que ficam em pé, no corredor, não têm espaço pra se mexer e esfregam as bundas na sua cara. O ônibus não tem janela e nem sempre o ar condicionado está ligado. Cheira a mofo, principalmente quando está chovendo e as pessoas precisam entrar com seus guarda-chuvas molhados. E as pulgas imperam, elas adoram os urbaninhos. Só a ciência explica, nem Freud. Enquanto forem as pulgas - simpáticas - estou tranquila. Que fiquem longe, as baratas...
***
Como diria Oscar Niemeyer... "no fundo tudo é uma grande merda"...
(risos)

vem e assiste o mundo comigo!

Tava rolando aquela música... "I see trees of green... red roses too"... enquanto eu escrevia para um amigo. Estava só. Na parede da sala, perto de onde eu estava, a sombra da janela refletida pela luz do sol da tarde. O mundo parou. A música rolava, e pessoas passavam na calçada em frente de casa, andando devagarinho, como se dançassem. Eu via suas sombras refletidas na parede da sala. Uma após uma.
As vezes a vida dá um show!!! Quero estar acordada nestas horas...