Sustos
Recados...
... Marcita: eu fiquei extremamente chocada e/ou emocionada com seu telefonema. A gente cria uma imagem de indefectível da Marcia Kókot, e de-repente ela me liga chorando e sentida... se você tivesse ligado algumas horas antes, eu teria chorado junto com você. Estava no meu dia existencial. Putz. Da próxima vez trate o gato de quatro pernas como se fosse de duas [e NÃO se apegue!!!!]... embora o gato de quatro pernas não mereça tal despropósito...
...Polinho: o cuidado e o carinho curam mais do que um bifinho, pode acreditar. Obrigada por sua preocupação! Vou imprimir os artigos para ler com cuidado. E já dei uma lida no blog da Bel, tem algo familiar por ali, com certeza!
***
Ah!!!! Como é bom receber pequenas demonstrações de afeto!!!! As pessoas realmente sentiram minha falta durante minhas férias. Chego pulando. Pulando de feliz, mas só a Jô [a copeira] vê. Ela sorri e me abraça bem apertado. E por aí vai. Agora há pouco eu recebi um abraço tão bom... tão bom... e um sorriso que diz tudo! Despretensioso, mas tudo o que é despretensioso me conquista. Foi ele.
Até o Damian me deu boas vindas! :-)
Estas pequenas coisas me fortalecem e aumentam o nível de ferro no meu organismo!!!! :-D
É, eu preciso de abraços. Abraçem-me sempre, porque eu sou praticamente um teddy bear.
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Estes dias eu assisti "Central Stage", o filme sobre dança. Na realidade eu já havia visto, duas ou três vezes, mas a reação desta última vez foi chorar e chorar e chorar. Não sei por quê, porquê tudo me emociona. As coisas mais sutis e as mais ostensivas. O que é dito, o que não é dito. O que nem sequer é mostrado... tudo me emociona. Vivo praticamente oscilando entre extremas emoções despertadas pelas mínimas coisas e não há coração que agüente!
Bem, o meu quase aguenta. As vezes ele palpita um pouco, estremece, mas isso é normal.
Central Stage. Uma das coisas que mais me chamou a atenção, é uma cena onde a instrutora [elegantíssima] fala para "Eva" que não importa o que aconteça e não importa o que lhe digam, sempre que ela se aproximar da barra, estará em casa.
Isto foi há alguns dias.
Ontem, antes de dormir, depois de ter arrumado o meu quarto e todas as coisinhas para o dia seguinte [quando a vida recomeça], resolvi abrir meu laptop para tentar escrever e rever o que eu deixei por ser feito. Cheguei até os meus textos sobre o aeroporto e os li, um por um. Lágrimas. Lágrimas gordíssimas. Arrepios, palpitações, emoções e recordações... eu sinto, eu choro, eu sofro, eu sinto medo, angústia, saudade, ansiedade, incertezas, sinto paixão, sinto amor e frustrações... e o papel está ali! Mas tenho me esquecido disto. E a conclusão é um hemograma que mais parece a arena de um circo! Diagnósticos e visitas ao médico. Tudo porque eu tenho me esquecido da minha casa...
...o papel! Ali eu posso ser a Mel, posso dizer tudo, posso indagar tudo, posso sentir o que for, sem ter medo. Não importa o que me aconteça, o papel está ali e ali é a minha casa, ali é o meu espelho, ali é a minha alma e o meu coração. Ali é a minha casa.
O que eu escrevi foi lindo. A emoção maior foi o susto que eu levei quando li o que eu mesma escrevi. Sim, vou continuar. Haverá sempre uma brechinha para eu escrever... e haverá sempre o que ser dito!
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Respondendo scraps e sutilmente fuçando nos scraps alheios. Um amigo escreve para o outro:
"Criticamos tanto a falta de movimento dos anos 90 que não observamos o básico: o vazio era o movimento." [Adriano Tardoque]
Quantas coisas ele me fez pensar e sentir depois de ler isto! Quantos dias vazios eu passei, primeiro fugindo das coisas que eu não queria encarar e depois correndo atrás do que na verdade sempre esteve atrelado à mim. Mas eu não conseguia falar, nem fazer nada, nem gritar, porque estava sozinha. Não havia parceria. Eu pensava... cadê a juventude que tirou o Collor do poder? Cadê a indignação? Cadê a UNE? Não tem ninguém, nem um sussurro, nem uma palavra. Instituições importantíssimas perdendo a força, a alienação da juventude do Playstation, dos blogs, das drogas, da alienação, alienação, alienação [isto me inclui].
É muito importante pra mim entender o que o Adriano escreveu. O vazio diz mais do que uma passeata inteira. Não tem efeitos práticos, efeitos positivos. Mas tem entendimento. Retrata a face de uma época e de uma idade. E de certa forma, o vazio é a palavra que traduz o que eu senti boa parte deste tempo...
Sendo assim, eu entendi uma época e entendi a mim mesma.
***Obrigada, Adriano Tardoque. A sua aula de História deve ser o máximo!***
1 Comentários:
Tudo bem que carinho é fundamental, mas quando os problemas são orgânicos, não adianta remediar... espero que não demore muito para descobrir.
Beijos!
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