domingo, janeiro 14, 2007

Não se Maltrate

Ainda pensando em algo diferente para o Ano-Novo. Eu realmente desejo que seja um ano novo... preciso de novidades aqui dentro. Um chacoalhão, talvez. Não quero ficar sozinha e não quero ficar em casa. Estou precisando me sentir livre, precisando de um lugar alto onde os fogos estourem na minha cabeça e ... hahahahahaha! Na realidade eu queria um lugar alto para olhar a cidade inteira porque na minha casa não consigo ver nada. Daí minha amiga lê isso aqui e me diz: não por isso, Mel, eu moro em apartamento....Sei que me fiz entender. Ontem fui assistir um filme com minhas duas irmãs. Minha irmã sempre escolhe o filme. Amor não tira férias. Ótimo filme para as encalhadas, eu disse. Entretanto... não me arrependi de ter visto. Uma porque o roteirista precisa me pagar direitos autorais - o filme foi baseado na minha vida!!!!! Há!!!! A menina é uma jornalista e apaixonada por seu colega de trabalho. De repente descobre que ele está saindo com outra *do trabalho* e num pluft: vão se casar. O chefe anuncia o casório pra todo mundo, antes do recesso de final de ano. Ela faz uma cara de choro!!!! Eu solucei. Já fiz aquela cara. Já vi aquele filme. Já disse aquelas palavras. Já segurei na garganta até chegar em casa. Já me senti pequena. A outra moçoila termina o casamento porque o marido transou com a recepcionista. ahahahahahahaha. Ela não consegue chorar. Como eu, depois de tudo. Como meu coração, que está fechado para se proteger, mas eu não consigo chorar e sentir e isso é horrível, mas Ok. Elas viajam e lindos romances engatam-se e Jude Law é simplesmente entontecedor. Eu não sei exatamente por quê, que mecanismos existiram naquele filme que me fizeram pensar nisso, mas... num momento balãozinhos foram criados sobre minha cabeça e eu me perguntava sem parar o que estou fazendo da minha vida. E daí vinha o nó na garganta.
Trancada, sem viver, sem sair, sem fazer as coisas que gosta, trocando coisas pelo sono desavergonhado. Meu problema no pé [que eu não mostro nem por um decreto] que eu não resolvo. Eu simplesmente me deixei de lado! Eu fui minha maior inimiga durante todo este ano. Me poupei das coisas que mereço e sim - eu mereço um cara lindo, inteligente e adorável como o Graham [o personagem do Jude Law]. Não mereço o cara que não está nem aí e não toma iniciativas. Eu mereço o melhor que existe! Por que estou quase chorando, agora?
As unhas da minha mão estão comidas, e as peles em volta também. Isso é uma metáfora do que eu tenho feito de mim e comigo. Sem disciplina, não tomo os remédios que eu preciso tomar, não resolvo os problemas que precisam ser resolvidos, não faço as coisas que eu tenho vontade e são várias as desculpas, mas na realidade nenhuma delas são justificáveis. Sinto falta de carinho, de beijo, de olhar e me perder nos olhos de um carinha, de me derreter em seu sorriso e de fazer amor. Eu simplesmente me privo de todas estas coisas, cada dia que passa afasto - as de mim com mais intensidade. Como se fosse legal viver sozinha... e viver é tão bom!
Vê como as pequenas coisas - aquelas que julgamos insignificantes - mexem com a gente? Vê como podemos tirar lições de tudo? E tudo está aí para ser desfrutado. Descoberto. Cultivado. Resta-nos o mérito das melhores coisas. Não sei o que será diferente no ritual da virada. Mas asseguro: uma parte de mim vai ficar pra trás, junto com o velho. Sem dó e sem saudade.

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