sexta-feira, março 31, 2006
De manhã a gente sempre fica em estado "dormente". Estado dormente quer dizer que você acorda, mas na verdade você não acorda... Até porque tudo é igual. O relógio toca no mesmo horário. Você sempre quer dormir mais um pouquinho. Você sempre faz tudo correndo. E depois o trânsito é igual... e pra parte mais pobre da população (na qual eu infelizmente estou incluída), você sempre pega o ônibus com o mesmo motorista e como se não bastasse ter que olhar para a cara dele (zangado), dizer-lhe bom dia e não ter resposta, você - sim - pega ônibus todo o santo dia com as mesmíssimas pessoas.
Toda esta introdução serve para explicar por quê eu observo uma mãe e dois filhos, indo para a escola, de manhã. Duas coisas são engraçadas: a primeira é que eu tenho certeza de que aquela moça é geminiana. Cer-te-za. Não me perguntem como, nem porquê, mas eu não só sei, como tenho certeza de que a moça é de Gêmeos. E seus dois filhos, são uns fofos. A única coisa que eu mudaria é pentear um pouquinho o cabelo da menininha [descabeladinha].
Mas ainda não cheguei onde quero chegar. Descemos do ônibus no terminal e entramos no metrô. E ao passar na catraca do metrô, hoje cedo, como sempre, os dois fofos foram até a última delas e passaram por baixo. Nada de novidade, porque na idade deles eu fazia a mesma coisa. O que me chamou a atenção foi a SEGURANÇA com que eles fizeram isso e com que fazem e a sua independência.
Na idade destes dois eu morria de medo de passar por baixo e o tio do metrô me pegar e me levar para a Febem. Eu me coloquei na frente dos meninos, para que o "tiozinho" não os visse. Mas tive que sair correndo, e apertar o passo. Não podia chorar na frente de duas crianças...
...fiquei emocionada. Não sei bem o que mexeu comigo... retroceder anos e anos e me ver, junto com minha irmã, indo para a escola, fazendo exatamente a mesma coisa, ou se o que encheu meus olhos de água foi de verdade ver a graça de duas crianças bem criadas.
Provavelmente, quando eu for mãe, serei ensinada por meus filhos tanto ou mais do que o contrário....
quinta-feira, março 30, 2006
Mapeamento de um dia de um pobre - PARTE I
1. Ele acorda cedo. Beeeem cedo.
2. Ele sai de casa debaixo de um temporal, e, cansado de tomar chuva, se revolta e sai de casa com aquele baita guarda-chuva enorme, quase maior do que ele (no caso, o "ser" em questão tem 1.63m).
3. Ele pega o ônibus. Fedido e sujo (o ônibus, mas em alguns casos existem seres que também se encontram neste estado)
4. Todos os bancos estão molhados. Ele procura um pedaço de papel na bolsa para limpar um dos bancos, para poder sentar. Não encontra nada. Arranca uma folha do caderno e faz as honras da casa (isto porque o "ser" em questão não é porco, e jamais faria o serviço utilizando sua própria roupa).
5. Durante o trajeto do ônibus, uma chuva torrencial vem dar o Bom Dia. Começam a cair gordas gotas pela janela (exatamente em cima do "ser"). A janela está emperrada e não é possível ser fechada.
6. Através do ar condicionado do ônibus (no teto), inicia-se uma goteira, no meio do corredor. Como o ar condicionado estava imundo, as gotas eram, claro... pretas. As pessoas não conseguiam transitar no corredor, especialmente as que estavam vestidas com roupas claras.
7. O "ser" fica contente por escapar das "gotas-negras" e por escapar da chuva, porque vai desembarcar dentro da plataforma do metrô.
8. Como alegria de pobre dura pouco, o ônibus, claaaro, quebra, a menos de 01 km do terminal.
9. O motorista não pode abrir a porta de saída, porque o ônibus está no meio da avenida.
10. O motorista abre a porta, e os passageiros desembarcam. No meio da avenida.
11. O ser descobre que não pode abrir o guarda-chuva, porque ele é grande demais e não passa no meio da muvuca, nas calçadas.
12. Depois de muito tempo, o "ser" ganha um lugarzinho no metrô.
13. Na estação seguinte, entra uma mulher enorme de gorda e, compassivo, o "ser" lhe cede o lugar. A gorda sufoca o ser contra a parede, ao passar em direção ao banco.
14. Depois de tudo isso, o ser se lembra do que a moça do signo disse, no rádio, mais cedo:
"pense positivo, pisciano. Afaste as idéias e energias negativas".
Ok.
PS: baseado em fatos reais. E constantes.
***
Recados:
~ Polinho: sim, estou escrevendo em inglês. Ou não. Porque na verdade, o negócio é o seguinte: eu resolvi escrever no ônibus, pra não desperdiçar tempo. Escrevo no meu caderninho da Magali. Só que as pessoas não conseguem se conter de curiosidade, e pousam seus enormes olhos sobre meu caderno. Quando percebi, comecei a escrever em inglês. Como tudo nesta vida vem para nossa evolução, descobri que esta é uma maneira de "evoluir" meu inglês, e continuei escrevendo. E como ficou bonitinho, mais um ponto. Os erros ficam pra depois.
E se continuarem a bisolhar, escrevo em lituano.
~ Meu Cookie (chamo de "meu" por pura pretensão): contando os dias. Vc fez uma falta colossal ontem, entre nós.
***
Lição de vida: uma única vodka pode mudar o rumo de certas coisas (mudar para melhor). Mas esta regrinha só serve para Melissa Brienda .
~Enough.
2. Ele sai de casa debaixo de um temporal, e, cansado de tomar chuva, se revolta e sai de casa com aquele baita guarda-chuva enorme, quase maior do que ele (no caso, o "ser" em questão tem 1.63m).
3. Ele pega o ônibus. Fedido e sujo (o ônibus, mas em alguns casos existem seres que também se encontram neste estado)
4. Todos os bancos estão molhados. Ele procura um pedaço de papel na bolsa para limpar um dos bancos, para poder sentar. Não encontra nada. Arranca uma folha do caderno e faz as honras da casa (isto porque o "ser" em questão não é porco, e jamais faria o serviço utilizando sua própria roupa).
5. Durante o trajeto do ônibus, uma chuva torrencial vem dar o Bom Dia. Começam a cair gordas gotas pela janela (exatamente em cima do "ser"). A janela está emperrada e não é possível ser fechada.
6. Através do ar condicionado do ônibus (no teto), inicia-se uma goteira, no meio do corredor. Como o ar condicionado estava imundo, as gotas eram, claro... pretas. As pessoas não conseguiam transitar no corredor, especialmente as que estavam vestidas com roupas claras.
7. O "ser" fica contente por escapar das "gotas-negras" e por escapar da chuva, porque vai desembarcar dentro da plataforma do metrô.
8. Como alegria de pobre dura pouco, o ônibus, claaaro, quebra, a menos de 01 km do terminal.
9. O motorista não pode abrir a porta de saída, porque o ônibus está no meio da avenida.
10. O motorista abre a porta, e os passageiros desembarcam. No meio da avenida.
11. O ser descobre que não pode abrir o guarda-chuva, porque ele é grande demais e não passa no meio da muvuca, nas calçadas.
12. Depois de muito tempo, o "ser" ganha um lugarzinho no metrô.
13. Na estação seguinte, entra uma mulher enorme de gorda e, compassivo, o "ser" lhe cede o lugar. A gorda sufoca o ser contra a parede, ao passar em direção ao banco.
14. Depois de tudo isso, o ser se lembra do que a moça do signo disse, no rádio, mais cedo:
"pense positivo, pisciano. Afaste as idéias e energias negativas".
Ok.
PS: baseado em fatos reais. E constantes.
***
Recados:
~ Polinho: sim, estou escrevendo em inglês. Ou não. Porque na verdade, o negócio é o seguinte: eu resolvi escrever no ônibus, pra não desperdiçar tempo. Escrevo no meu caderninho da Magali. Só que as pessoas não conseguem se conter de curiosidade, e pousam seus enormes olhos sobre meu caderno. Quando percebi, comecei a escrever em inglês. Como tudo nesta vida vem para nossa evolução, descobri que esta é uma maneira de "evoluir" meu inglês, e continuei escrevendo. E como ficou bonitinho, mais um ponto. Os erros ficam pra depois.
E se continuarem a bisolhar, escrevo em lituano.
~ Meu Cookie (chamo de "meu" por pura pretensão): contando os dias. Vc fez uma falta colossal ontem, entre nós.
***
Lição de vida: uma única vodka pode mudar o rumo de certas coisas (mudar para melhor). Mas esta regrinha só serve para Melissa Brienda .
~Enough.
terça-feira, março 28, 2006
"Diminuindo o cofo"
Está acontecendo algo inesperado... que na verdade eu sempre desejei que acontecesse, embora não acreditasse na menor probabilidade de vir a acontecer... confesso que muitos ventos ruins se afastaram, desde que isso aconteceu. Porque se julga errado; julgamento em vários aspectos. Uma pessoa, uma situação. Entender os porquês da vida. Muitos deles que vêm e nos derrubam, ou derrubam nossos sonhos ou frustram nossas expectativas ou traem nossa confiança. Passa o tempo e ele - o tempo - nos ensina, sabiamente, "o porquê das coisas". Quer dizer, ele fala, pra quem quer ouvir (o tempo).
E eu estou feliz por isso ter acontecido. Digamos que eu tenha me aproximado daquilo que causou a maior ferida que já tive. Não o parasita. O objeto de tudo. O parasita é o parasita. O objeto é o motivo, mas é passivo. E as teorias de Sherlock Holmes estão certas quando dizem algo parecido com: a nossa dor só consegue ser sanada quando ao invés de a remediarmos, a compreendemos. Ih! Acho que foi Freud quem disse isso e não Sherlock Holmes!
Digamos então que eu tenha me aproximado daquilo que eu tentei e já quis me afastar. E foi só assim, então, que a cabeça sossegou. E o juízo, e a alma, e o coração, e sei lá mais o quê.
Eu espero que desta vez não haja nada escondido debaixo do tapete. Que as palavras signifiquem exatamente aquilo que elas dizem (e não o contrário).
Sim, eu vou acreditar e provavelmente disso sairá mais uma doação.
***
"É proibido mentir. E é proibido achar que o outro está mentindo".
A Biblioteca Mágica - Jostein Gaarder
***
"That morning, while the kids were playing around the trees, little Sophie appeared, a few far from them. Everybody saw her, quiet and sad, right behind the tree, that one at the big gate. Then, the kids had run into the woods to call their parents and to tell them what they have seen. But when everybody's came back to the place, the little girl wasn't there anymore. That's the reason no one comes around there, since it happened. I'm the only one who's encouraged to walk around and alone. Everybody thinks she is a ghost..."
[um trecho da história que eu estou escrevendo] [no ônibus]
***
Ciúmes... Ciúmes... Ciúmes...
Como é ruim sentir ciúmes!
domingo, março 26, 2006
Conheçam o Coelho.

Minha mãe me contando o modo como meu Coelho Amado morreu. Foi se desmanchando com o tempo, a pelúcia. Primeiro a cabeça. Depois o resto do corpo. Ai. Doeu. Disse: pára, mãe. Isso é muito forte pra mim. Eu era pequena, mas eu sei que o Coelho me amava. Sabia de todos os meus podres, quando eu chupava o dedo, quando eu matava formigas, quando eu fingia que estava com dor de alguma coisa só pra ganhar danone. Mas apesar disso tudo, o Coelho me amava, assim, cheia de manias.
Ah, Coelho. Que falta você me faz, Coisinha. Você era todo desengonçado, mas eu te adorava, e você nem ligava porque não precisava se preocupar em ser lindo. Ainda que pra mim você tenha sido sempre o Coelho mais lindo. Tudo teria sido mais fácil se eu pudesse ter te levado comigo nas consultas com a psicóloga. Talvez eu tivesse sido menos ruim, já que com você ao meu lado eu era sempre uma boa menina.
E eu não teria dormido na cadeira da dentista se você estivesse ali comigo, para me perguntar o que eram aquelas coisas todas que ela colocava na minha boca. E quando eu caí, no quintal da Érica, e quebrei meus dentinhos da frente, eu tenho certeza de que você teria feito a dor e o susto passar, rapidinho... teria gritado no meu ouvido: heloooooo... todas as vezes em que eu deixei uma oportunidade passar, e o grito ensurdeceria meu lado burro, a ponto de eu desistir da idéia antes e mais rápido do que a velocidade da burrice. Teria batido na professora da segunda série que gritava no meu ouvido [essa sim, mas o efeito era contrário]. Teria mordido o joelho da louca do pré que arranhou o meu braço e teria salvo minha melhor amiga naquele acidente...
Você era o único a quem eu teria escutado, se pudesse me dizer suavemente para tirar aquele laço de cima da cabeça... teria me feito companhia nas sessões de choro, me passando os lencinhos, silenciosamente, e tornado meu quarto menos deprimente e mais alegre.
Eu queria te contar os meus segredos, as viagens, as coisas que eu aprendi e descobri e choramingar na tua orelha peluda porque eu quero um namorado. E queria te dizer que vieram as barbies, a bicicleta, vieram muitas coisas, mas nenhuma coisinha me entendia como você, me amava como você, me protegia como você.
Acredita em mim. Eu juro. Ah, eu sei que não preciso jurar, você sabe! Estou escrevendo de madrugada, estou usando salto alto. Aparentemente e de vez em quando, sou uma mulher. Mas acredita em mim quando eu te digo que você ainda existe, Coelho. E aquela garotinha, que chorou quando você caiu da escada, também.
E quando ela lembra de você, tira o salto alto e veste as meias...
terça-feira, março 21, 2006
Confissões.

Eu somatizo TUDO. Eu já fiz sacanagens. Eu tenho medo de escuro. Eu tenho um pouco de medo de altura. Toda vez que eu sinto dor em algum lugar do corpo é porque estou com medo ou ansiosa por alguma coisa que vai acontecer. Eu já tive crise de pânico. Eu já usei dentadura [criança]. Eu já peguei o metrô para o sentido errado. Já senti inveja e odiei. Eu odeio gente que fuma na rua e esbaforeia na cara dos outros e sinto vontade de bater!!! Odeio gente que não toma banho. Tenho fetiche por caras de óculos. Quando eu era pequena queria entrar na propaganda nas Lojas Arapuã e morar com o passarinho na torre da igreja [a propaganda era de Natal]. Faço plágio de roupas caras e que sejam minha cara. Já escrevi na parede do quarto. Já senti ciúmes das amigas e ainda sinto um pouco. Morro de ciúmes dos meninos. Ficava trancada horas no banheiro para minha mãe não me bater. Eu tive uma amiga imaginária chamada Princesa. Eu roubava drops nas Lojas Glória quando eu era pequena. Eu roubava estojos que ficavam por muito tempo nos achados e perdidos da escola, porque eu queria ter um monte de canetas e minha mãe não tinha dinheiro pra comprar. Eu só levei uma advertência na vida, porque esqueci a pasta de redação em casa. Eu odiava a professora da quarta-série. Eu só passei a ser boa aluna em matemática depois que tive aulas com a Mineco. Eu já falsifiquei a assinatura da minha mãe [e não deu certo]. Já me zoaram na escola. Eu era nerd. Eu era boa em handball. Minha avó tinha um pastor alemão preto chamado Peter do qual só eu me lembro. Eu ouvia fantasmas à noite. Eu tinha um coelho de pelúcia que ficou velho e se desmanchou e eu quase morri quando isso aconteceu e até hoje meu coração aperta quando falo nele. Eu copiava poeminhas no caderno. A professora do pré arranhou meu braço até sangrar. Eu não usei as botas ortopédicas. Eu tenho as pernas tortas. Meu pé era feio. Eu já paguei vários micos usando roupas ridículas. Eu já confundi as coisas. Eu já peguei o primeiro avião por "amor". Eu já me ferrei vááárias vezes. Eu já me apaixonei por um voz no telefone. Já passei um puta frio viajando pra ver meu amor [e me ferrei]. Escrevi cartinhas. Mandei cartão de natal e quando o cara veio falar comigo eu saí correndo. Já mandei cartas anônimas para um carinha com trechos de música do Legião. Já chamei o urubu de meu amor. Já beijei um cara por pena. Quando eu fiz primeira comunhão minha mãe colocou um laço enorme na minha cabeça. Tenho vontade de tirar fotos de velhinhos. Tenho vontade de recolher cachorros de rua. Já tive medo de lobisomen. Já brinquei de médico. Já tive amigas taradas. Já passaram a mão em mim duas vezes [não pude dar O SOCO em nenhuma delas]. Já tive vários diários. Guardo todos eles. Eu tenho carteirinha de estudante. Eu não estudo. Só tive dois namorados sérios. Vários casinhos bestas. Meu primeiro beijo foi aos quinze anos. Perdi a virgindade tarde. Acho que me arrependi [devia ter esperado mais]. Já achei que estava grávida. Já achei que tinha pego HIV. Quase morri quando fui fazer os exames. Não consigo esconder nada da minha mãe. Tenho premunições de vez em quando. Já sonhei com um grande amor. Hoje em dia não sonho tão grande. Já tive fantasias com um amigo e ele nunca desconfiou. Aliás quero beijar um amigo e já faz um tempão. Sofro de carência múltipla. Todos os dias peço um namorado para o Papai do Céu e eu não sei porquê, mas Ele não me atende. Sou hipocondríaca. Ninfomaníaca, às vezes. Depois que o Ayrton Senna morreu eu nunca mais assisti uma corrida de fórmula I. Eu chorei quando assisti A Era do Gelo. Choro em todos os filmes de cachorrinhos. Eu pego a energia das pessoas e dos ambientes. Entrei em depressão profunda depois que interpretei Maria (Mãe de Jesus) no teatro. Larguei a faculdade de jornalismo e fui morar no sul. Não deu certo. Larguei o jornalismo pra fazer teatro. Me formei. Sou uma puta de uma atriz e poucos sabem. Não sei mentir. Confio em todas as pessoas e não me preservo. Às vezes eu choro quando comungo. Sinto vontade de chorar quando alguém briga comigo. Não consigo dormir sem tomar banho ou pentear o cabelo, ou escovar os dentes. Odeio ir pra balada porque chego em casa cheirando à cigarro e não adianta lavar o cabelo. Eu fuço no orkut dos outros. Nas comunidades dos outros. Nas fotos dos outros. Nos amigos dos outros. Já coloquei um motoboy para seguir um ex. Já fui num drive-in. Não beijo sem gostar, nem que eu tenha que ficar meses sem beijar. Sempre tomo as iniciativas. Já me apaixonei por um homem casado [e me ferrei]. Já escrevi um livro, que está guardado na gaveta até hoje. Já escrevi dez capítulos de um sitcom. Fico horas na internet esperando o gatinho entrar no msn. Viajo sozinha desde criança. Não tenho medo de lugares desconhecidos. Sempre chego onde preciso chegar. Sempre abro mão das coisas pelos outros. Sou completamente apaixonada pelos meus pais. Eu conversava com meu cachorro. Eu nunca mais na minha vida vou colocar meus pés num motel. Meu celular está todo ferrado. Minha bolsa é o limbo. Meu quarto também. Não saio de casa sem blush. Quando eu bebo fico com um olho maior do que o outro. Amo caipirinha. Amo vodka. Não faço questão de beber. Sou sensível. Choro por tudo. Sempre perdôo as pessoas, mas tem uma pessoa que eu não consegui perdoar ainda. Sou individualista, às vezes. Já fiz xixi na cama, xixi na calça, etc. Eu tomo um calmante natural. Eu sou forte. Eu nunca consigo terminar os livros que eu começo a ler. Eu não suporto gente fútil. Tenho pavio curtíssimo. Tenho compulsão por doces. Tenho nojo de andar de ônibus. Toda noite antes de dormir eu olho o céu e rezo. Eu não consigo parar de tomar café. Já fiz loucuras por meus amigos e amigas. Fico triste porque minha irmã caçula não conversa muito comigo e porque minha outra irmã está cheia de dívidas. Às vezes eu sou muito geniosa e muito ruim e as coisas precisam ser do jeito que eu quero e quando não sou fico muito brava e insuportável! Eu choro por absolutamente TUDO na TPM. Eu assisto Big Brother. Tenho pensamentos sórdidos de vez em quando e quando eles me atrapalham eu começo a rezar [resolve]. Tenho um coração puro. Sofro com os problemas do mundo. Eu sempre desejei ter filhos dos homens que amei. Eu não olho para a agulha quando faço exame de sangue. Não consigo usar decotes muito abertos. Já tive complexo de inferioridade e tenho algumas recaídas de vez em quando. Eu sempre fui a melhor aluna em redação. Fico triste quando alguém não gosta de mim. Já quis morrer. Toda vez que você chegava perto de mim eu ficava arrepiada. Sempre quis que você me chamasse pra sair. Fico nas nuvens quando você me dá atenção. Adorava seus carinhos e quando você pegava minha mão. No último dia em que nos vimos eu não queria ir embora... mas fui. Já me confessei ao padre e toda vez que faço isso quando saio parece que estou andando nas nuvens. Tem coisas que eu nunca contei para padre nenhum... Tem coisas que eu nunca contei pra você...
segunda-feira, março 20, 2006
O que é precioso...
"Não tenhas medo, pois eu estou aqui, é o teu Senhor quem diz... quero guiar os passos teus...
vem, entrega-te então, farei morada em teu coração... e quando anoitecer, cansado te encontrar, no silêncio teu, eu irei te consolar... nos braços meus, descansarás... forças te darei..."
***
"Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar"
***
"sempre precisei de um pouco de atenção, acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto
e nestes dias tão estranhos... fica a poeira se escondendo pelos cantos...
Este é o nosso mundo..."
***
"And it's whispered that soon,
if we all called the tune
Then the piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forest will echo with laughter"
***
"Take my sorrow and my sin, i'll run into your arms again... hold me Father
once again my tears are dried by your perfect love that's river-wide
over-flowing
As i stand on it's bank With my arms overhead I am overcome...
As i breathe...
The air of heaven
Drawing in your fragrance
When i breathe
I feel your fullness come alive Inside of me
You're the breath that i breathe"
***
"When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No I won't be afraid, No I won't be afraid
Just as long as you stand, stand by me
And darling, darling
Stand by me, oh, stand by me
Oh stand, stand by me,
Stand by me
If the sky that we look upon
Should tumble and fall
Or the mountains should crumble to the sea
I won't cry, I won't cry
No I won't shed a tear
Just as long as you stand, stand by me
Whenever you're in trouble, won't you stand by me
Oh stand by me,
oh won't you stand now?
stand by me"
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No I won't be afraid, No I won't be afraid
Just as long as you stand, stand by me
And darling, darling
Stand by me, oh, stand by me
Oh stand, stand by me,
Stand by me
If the sky that we look upon
Should tumble and fall
Or the mountains should crumble to the sea
I won't cry, I won't cry
No I won't shed a tear
Just as long as you stand, stand by me
Whenever you're in trouble, won't you stand by me
Oh stand by me,
oh won't you stand now?
stand by me"
***
... As vezes a fronteira entre a loucura e a sanidade [falo do lado bom disso tudo] se transforma num fio, num caminho estreito, numa sombra próxima. E as vezes vejo a vida que eu quero pra mim muito próxima, ali, prontinha, é só agarrar. Mas a vida está aí. É preciso trabalhar, ganhar dinheiro, correr, ganhar, competir. As vezes eu não agüento. Alergias, disturbios hormonais, leves depressões [aqui elas nunca duram muito tempo, felizmente]. Mas tudo melhora quando eu me dou conta que o céu azul, o verde, o sossego, o cachorro, os girassóis, os amigos e o caderno não precisam sair de dentro de mim.
É. A vida que eu quero, está em mim.
***
Fui ao casamento da Laura. Preciso encontrar uma maneira de agradecer à minha amiga por me deixar fazer parte deste momento. À Deus por estar presente. Parecia que o mundo tinha ficado longe, do lado de fora... estávamos fechados num reduto onde tudo era verde, fresquinho, florido, acolhedor. Era um sonho que todo mundo sonhava igual. A Laura veio vestida de fada, eu sabia! Uma coroa de flores, o vestido medieval... ela entrou devagarzinho, segurando suas flores, e depois tocou "Starway to heaven", orquestrada.
Foi naquele momento que eu tive certeza: É PRECISO COMPRAR UM RÍMEL À PROVA D'ÁGUA...
***
Yeah, there is a place you can touch a woman and drive her crazy...
[her heart]
sexta-feira, março 17, 2006
Às vezes eu acho que eu penso demais... :-)

No dia do aniversário da gente a gente sempre fica jururú... conta também o fato de que estou naqueles dias, e hoje é o grande dia...!!!! Ê!!!! Desceeeeeeeu!!! Que merdaaaaa... [risos] Mas isso não me incomoda tanto, o que incomoda é o fato de eu ficar totalmente manteiga neste dia! No dia D? No dia do aniversário? Simmm... fico chorona, chorona. Naquele dias? Também!!!! Fico chorona de tudo. Por nada. Tem um mosca voando aqui perto. Buáááááá... ninguém me liga, ninguém me quer, ninguém gosta de mim. Putz. E hoje eu estava assim. Comecei o dia olhando o céu, os prédios que ficam de frente para o sol e o sol ilumina todo eles, é lindo de ver. Na minha casa não bate sol, porque meu pai adora construir muros. Adora tampar tudo. E árvores. Na minha casa não tem uma planta sequer. Tinha um pinheiro gigante, mas meu pai derrubou. E cachorrinhos passeando por Moema, alguns vira-latas que eu fico dando nomes e me despeço em seguida. Os peludos e sujinhos se chamam Pipoca. Os gordos se chamam Goiaba. Os magrelos se chamam Espeto. Na minha casa não tem Pipoca, nem Goiaba, nem Espeto. Meu pai deu os dois cachorros que nós tínhamos. Não, não fiquem pensando que meu pai é inimigo da natureza... ele só é... complicado. Enfim. Fico olhando tudo isso na rua e tornou minha manhã leve. Pensei em ir à igreja onde eu fui batizada deixar umas flores [eu tenho estas idéias de vez em quando, mas confesso que eu AMO dar flores para as pessoas]. Pensei em dar flores para a minha mãe, porque na verdade ela é a responsável por eu ter nascido. Risos. A minha lógica não é ofuscante????? Digam que vocês ficam cegos diante de tanta inteligência.
Mas cheguei no trabalho e levei bronca de todo mundo. Começo a explicar e as pessoas são tão imediatistas que já não conseguem deixar as pessoas terminarem de falar. As lagriminhas voltavam. Ela vinham até a beira e eu dizia: "volta, pingo!!!!" E elas voltavam. Não consegui por muito tempo, fiz o velho truque de ir ao banheiro.
Mas não vou dar tanto ibope para quem não merece e para o que não merece tamanho. Os amigos da gente podem ser dois, três, podem ser contados num dedo da mão, mas estão lá. Minhas amigas queridas me levaram para almoçar no shopping ibirapuera, brigaram comigo porque eu estava triste, ligaram música no último volume. Ganhei uma cartinha da Dri, eu vivo fazendo isso para as minhas amigas e as pessoas que eu gosto, nunca achei que fosse ganhar uma um dia! No fim, acho que minha emoção foi de felicidade!
O Marcinho me ligou às 08h01 lá do Rio, bonequinho, como eu sinto sua falta!!!!! Eu vivo te dizendo isso, mas repetir ainda não esvaziou a saudade que eu sinto de você. A maior prova de que é possível existir carinho entre os cariocas e os paulistas!!!! Ainda bem que você já me mostrou que a recíproca é verdadeira...
Mas teve uma coisa muito especial... alguém que eu estava precisando chegar perto e dizer: "EU GOSTO MUITO DE VOCÊ!!!" Não tinha chance de dizer, não tinha ocasião certa... não tinha clima. Aliás clima era o que menos tinha. Um dia fizemos um treinamento juntas e ela poderia ter me corrigido, interferido, mas assumiu outra postura. Significou que ela acreditava que e podia conseguir [como consegui]. Parece bobo, mas eu guardo com carinho estas pequenas coisas e significa muito pra mim. Ah, desisto de entender. Levo em conta apenas a felicidade que eu senti nas suas palavras... eu queria dizer pra ela que a admiro e que a quero bem, e descobri, ao contrário do que eu pensava, que a recíproca neste caso também é verdadeira...
O melhor presente de aniversário é ter a oportunidade de nascer de novo.
quinta-feira, março 16, 2006
Eu chego lá! :-)

Escuta, será que dá pra assinar os comentários? ;-)
***
Larguei as vitaminas. E o calmante homeopático também. Prefiro ser Mel Ardida mesmo. Ah, ardida de vez em quando. O mel assim de laranja-pêra, que não é só doce, é meio picante, sabe. Vitaminas pra quê? Não sei, minha intuição me diz pra deixar isso de lado. Intuição e rebeldia. E o calmante eu só tomo quando sinto o braço formigar (é, isso acontece quando eu fico muito agitada). Formigas.
Como as formigas agüentam a vida que levam? Como conseguem economizar? Elas têm sempre dinheiro. Não sofrerão na velhice. Podem dar presentes. Não pedem empréstimos. Não passam vergonha. Não passam vontade. Mas passam calor, cansaço, porque vivem andando pra cima e pra baixo. É, eu sou boa em rimar as coisas, mas só funciona quando eu não pretendo. Se eu trabalhasse na Eagles Flight daria um workshop baseado nas formigas. Formigas carregam sabedoria. E folhas picadas também.
Resolvi não matá-las mais. Olhe onde pisa.
Meu amigo acaba de me perguntar se pode me perguntar uma coisa chocante sem me magoar ou ofender. Vamos ver quem mudou, se foi eu ou se foi ele. Ele quer saber o que eu entendo de orgasmo e eu respondi que entendo o pouco ou o muito que a vida, em sua suma generosidade me permitiu saber. Sou uma aluna aplicada.... o mais engraçado é que ele leva à sério tudo o que eu falo... e que acha que eu sou tão inocente o quanto pareço...
A verdade é que graças à Deus, eu ainda estou só começando... o que torna a coisa ainda mais interessante...
terça-feira, março 14, 2006
domingo, março 12, 2006
Embriaguez
Ops...
Apertei algum botão que não devia e o computador me respondeu:
"PREPARAR PARA HIBERNAR" .... what the hell is this????
Não sei que botão apertei, pq está escuro, mas sei que é perto do delete.
***
Estou comendo chocolate da Bélgica, que ganhei do meu paquera da internet, fazemos um ano de namoro hoje e ele me mandou a barra por FEDEX.
Kakakakaka. É mentira.
Eu comprei na padaria perto do metrô Ana Rosa.
***
Preparem-se: tirei fotos novas. Cara. Existe alguma parte do corpo de vocês da qual vocês morrem de vergonha? Jesus!!!! Meu pé... meu pé... parece o pé de bruxa, dedos longos, magros, unhas estranhas, calos. Fico triste quando olho pra ele.
***
Meu amigo-laka disse que me curte e quer que eu vá visitá-lo. Passar um final de semana com ele no apartamento novo... ... ... [arregalando os olhos]
...
... [vou tentar resistir] [mas é certo que não vou conseguir, porque ele é tudo]
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Aquecendo as turbinas, achamos o terceiro elemento para começarmos a peça. Agora só falta correr atrás dos direitos autorais e então poderemos começar nossos ensaios!!!! Dar vida ao que já tem vida... isto parece uma dança, uma valsa, poesia que a gente descobre nas coisas pequenas que mal são vistas à olho-nú. Como um manto sendo tricotado, ponto à ponto, cheio de detalhes. Elas se chamam Lorena (eu), Ana Clara (Mi) e Lião (o terceiro elemento!). Elas são diferentes,
mundos, galáxias... opostos, extremos. Uma completa a outra, completa e alimenta. Estimula, acolhe, consola, protege, desafia. Lorena, uma princesinha fechada no quarto do pensionato, só conhece a dor quando vê seus cristais se quebrarem. Transforma a tragédia pessoal em lenda. Vira uma contadora de histórias. E ao longo do tempo vai se transformando, e percebendo que o mundo é que está se transformando, e que mesmo ali, protegida e disfarçada, ela é sim, intimada a acompanhar a velocidade do tempo e das coisas. Ela cresce. Na marra.
As Meninas, Lygia Fagundes Telles.
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Ontem fui assistir à peça que um conhecido [que não me conhece], o Helder, não vou escrever seu sobrenome porque todas as pessoas que escreverem seu nome no Google vão entrar no meu blog [rs]. Enfim, gosto do seu trabalho, tanto como ator, quanto como diretor. Ele está fazendo um belíssimo trabalho em CARTAS AO FUTURO, memórias e angústias existenciais de Raul Pompéia. Me despertou interesse pela vida do poeta, que era um abolicionista, um justo, um romântico. Frágil, quase.
Um monólogo - difícil de levar, de segurar a atenção e de assistir - na Casa das Rosas. O público é atraído para a sala de espetáculos pelo som de um violino. O cenário é simples e a iluminação é feita de velas. Ele tem uma musicalidade na voz, que é deliciosa de ouvir, e é muito competente no que faz, porque além de segurar bem o monólogo, olha nos olhos do público. Sem experiência e sem ginga, isto seria perigosíssimo.
Recomendo! Assistir à belíssima atuação deste homenzinho tão simples e tão sereno, que não conhece minha admiração por ele e de quebra, conhecer um pouco das belas palavras de Raul Pompéia, e aprender com ele. Sempre.
Ser feliz é muito simples... uma peça de teatro bem feita vem como incenso, como chocolate, como beijo bem dado, como orgasmo, como sorriso, como uma soneca, como um arrepio, como uma descoberta.
Fazer uma dessas causa o mesmo, mas em dobro. Preparem-se. Vai chegar minha hora, e quero vocês todos juntos comigo!!!
Com amor. Muito amor.
sábado, março 04, 2006
being honest
Ah.
A única coisa que eu quero e que eu faço muita questão, é aprender a ser uma pessoa melhor. Li meus posts abaixo e fiquei meio envergonhada. Na verdade esta lista consumista do carnaval não tem a menor importância. O fato é que eu estava triste, ou sei lá o quê, e vocês sabem onde uma mulher desconta suas crises... :-) Mas nada daquilo tem importância. A única coisa é que eu fiquei feliz por estar linda, por me vestir linda e por parecer bem [mesmo que por dentro eu não esteja]...
quarta-feira, março 01, 2006
Meu pequeno e doce planeta

Saldo de Carnaval:
Dois corpetes [cru e preto]
Uma bolsinha fofa com o meu nome
Três blusinhas [cores pastéis]
Três terninhos [rosa, preto e branco]
Pulseirinhas [cores pastéis]
Corretivo novo
Base "Nude" nova
Batom novo [o último eu perdi]
Dois pincéis de maquiagem
Exposição no Centro Cultural da Caixa [recomendo]
1 dúzia de dvd´s: Conde de Monte Cristo/Paixão de Cristo/Indiana Jones e o Templo da Perdição/Em busca da terra do nunca/O Expresso Polar/A Intérprete
Alguns beijinhos [na boca]
Uma Magali de Vinil [quarto]
Duas Camisas Fofas [com florzinhas]
Um esmalte fortalecedor
Algodão
Muitos doces [a torta de limão da Perdigão é HORRÍVEL]
Ajudar.
Baixando Portishead porque o cd é um absurdo de caro [alguém tem?]
Achei um dicionário Lithuanian/English - English/Lithuanian!!!!
Pensando em cortar a franja [sem coragem]
Saudade do menininho...
Decisões importantes, importantíssimas e ações no dia 02/03
Procurando um bar legal para o meu níver, alguém conhece???
Vou tirar foto de novo, porque mudei a cor de cabelo...
Ong, voluntariado, ajuda, carinho, amor, companhia, consciência, vontade...
...ah, agora começou o ano. Segue daqui a pouco a lista de obrigações: colocar aparelho nos dentes [com elastiquinhos coloridos], ai preciso rezar mais, preciso ir à missa, que falta eu sinto da missa, que saudades de Deus, aiiii preciso rezar mais porque eu ando tão boba... e preciso fazer o tratamento do pé................ e preciso guardar dinheiro, guardar dinheiro, guardar dinheiro. E preciso escrever.
Não duvidem.